Desejo (A Determinação I)
Desejo
Tudo que desejo é liberdade!
De ir, quando for necessário partir.
De vir, quando houver vontade de regressar.
De gritar, quando estiver sufocado.
De calar-me, quando houver necessidade de silencio.
De Agir, da forma mais absurda e irracional que a minha mente possa projetar.
De me exilar, se assim for preciso, por entre olhares amigos.
Tudo que desejo é ser livre!
Em meio a tantas prisões que a labuta humana nos induz.
Dessa incessante rotina dos dias.
Dessa incansável e irremediável vontade de sonhar, o que minhas mãos não são capazes de criar.
Dessa incapacidade de amar, tão desmedida e involuntária, sobre os jeitos, modos e olhares femininos.
O homem se entrega a uma meretriz chamada destino,
paga caro, por tão pouco prazer,
culpa-se, por não ter sido suficiente,
morrendo muitas vezes, sem entender sua existência.
Tudo que desejo é viver.
Do modo mais simples de ser.
Sem correr contra o tempo.
Sem vestígios de tristezas.
Deixando minha alma ganhar o universo.
Com o mesmo prazer com que hoje escrevo.
Texto: Desejo (A Determinação I)
Autor: Osvaldo Rocha
Data: 05/03/1988