SOBRE MENINAS E LOBAS

Quando uma mente doentia provoca trincas irreparáveis e absolutamente cruéis em suas vítimas; vítimas estas, cujo físico raramente ultrapassa 1,30m, cujas mãos pequenininhas ainda estão coloridas por massinha de moldar e os olhos brilham por deter a leveza dos sonhos; delas são subtraídos a mágica, a pureza, a fantasia e o sorriso mais iluminado...mas isso não é tudo, o tudo é não saber onde foram parar as fadas e os heróis que no último segundo viriam lhes salvar, e daí a vida fica preta e branca, não há castelos onde se esconder, não há porões...a não ser o da alma que se aprisiona atrás dos muros onde antes morava a pequena inocência.

(À Joanna Maranhão, cuja maior conquista, na minha opinião, não foi dentro das piscinas, mas na libertação pública da dor irreparável que durante anos a assombrou...e a todas as crianças, meninas ou meninos anônimos deste nosso planeta, que sofrem abusos sexuais).

Mirea
Enviado por Mirea em 24/02/2008
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