nem mais uma linha

depois do ano que passou

acho que eu não conseguirei escrever de poesia

nem mais uma linha

foi o ano da superexposição do meus eus frente ao mundo

frente às coisas vivas e mortas

frente à música

frente à musa

este ano não terá poesia

este ano nem será

este ano é pedra

depois do ano que se passou:

que foi pedra rolando

hoje, eu não escrevo nem mais uma linha de poesia

pois o ano passado me tomou pra ele e me tomou de mim -

em tudo de bom e de ruim que possa haver nisso.

Luciano Fortunato
Enviado por Luciano Fortunato em 20/02/2008
Reeditado em 20/02/2008
Código do texto: T867647