O Menino (Dinho)

O Menino (Dinho)

Ainda ontem,

pude ver um menino.

Um menino,

que corria,

que sorria,

sem saber nada sobre o seu amanhã.

Sua Face encarnava uma sombria vontade de ter uma família...

Não igual a do seu colega ao lado,

nem tanto, quanto daqueles, que, um dia conheceu por simples acaso do destino.

Só queria sua família.

Uma família que te ouvisse,

nos momentos que teve vontade de se calar,

que não deixasse de acreditar em seus sonhos,

que não fosse nada de mais... Apenas sua família.

Porém, esse menino cresceu,

sua infância ficou para trás,

assim como sua família,

que, embora estando perto,

sempre se tornou incansável.

Hoje, aos seus trinta e três anos,

estando só...

Pensa, reflete, sobre o que representa essa família,

sobre o quanto os ama,

sobre o quanto os nega,

sobre seus erros que são aproveitados como armas para melhor lhe ferir,

e, não sabe nada sobre perdoar,

tão pouco, ser perdoado.

Agora...

Sobre essa luz quase inexistente,

enterro essa criança,

ainda tentando respirar,

ainda se debatendo para sobreviver,

entende por si só,

que, a morte embora lhe pareça um fardo triste,

é a única forma de ganhar liberdade,

da sua prisão... Vida.

Texto: O Menino (Dinho)

Autor: Osvaldo Rocha

Data: 02/01/1989

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 19/02/2008
Reeditado em 11/08/2023
Código do texto: T866842
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