ADOLESCÊNCIA

Adolescência bem vinda e ortougada

Nem bem poucos anos já se deram

E já lhe dou por passada!

Tantas coisas de você a mim disseram

Mas você disso não tem nada

Pra tantas coisas fúteis se desesperam

Quando ainda vivos em baixo da escada.

Que burrice há em adolescer?

Não é doença nem ciência milagrosa

É ecótone de idéias vigorosas

De defesa do que não se deve defender

Não é espinho tampouco é rosa

Mas é o caminho de conhecer

Gritar! Bradar! Brigar! esmaecer.

Com quantas horas de sexo

Se constrói um grande amor?

Com quantos milhares de vidas

Se faz o plasma deste calor?

Como se decide em que sentido se giram

As pás de um ventilador,

Se são iguais os eletroímãs do rotor?

Quem conhece sabe que a tarde é plena

A manhã é recém-nascida, mas

A noite não é morte repentina.

Fervorosa segue a doce idade

E adolescente sou e sois para sempre

Ainda que em vós se encontre dormente

Além da criança, Aquela que vive dentro da gente.