Um Céu sob as Ruínas

Os destroços desse mundo encobrem meu passado.

Nada restou diante da devastação da minha alma,

De onde perdi as melhores virtudes,

E as piores maldições.

As imagens e as vozes que fizeram parte da memória,

Tornaram-se entulho sob meus pés.

A ruína da alma humana!

O último vestígio ergue os alicerces da mágoa,

Que solidifica a agonia do coração rasgado,

E torna nobre a insanidade do meu sangue!

Apoiaria essa destruição do meu ser?

O que existia antes de mim?

Tantos pedaços de lembranças que desmancharam,

E nos meus sonhos, apenas ficou o vazio da solidão.

Até onde buscaria o reencontro das metades que me completam?

Algo que perdi para sempre nos labirintos da morte,

Arrancando-me as nuvens que me guiam,

Nos primeiros traços do amanhecer,

Levando embora a poeira gritante de um mundo esquecido.

Gabriel Russelle
Enviado por Gabriel Russelle em 11/02/2008
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