Um Céu sob as Ruínas
Os destroços desse mundo encobrem meu passado.
Nada restou diante da devastação da minha alma,
De onde perdi as melhores virtudes,
E as piores maldições.
As imagens e as vozes que fizeram parte da memória,
Tornaram-se entulho sob meus pés.
A ruína da alma humana!
O último vestígio ergue os alicerces da mágoa,
Que solidifica a agonia do coração rasgado,
E torna nobre a insanidade do meu sangue!
Apoiaria essa destruição do meu ser?
O que existia antes de mim?
Tantos pedaços de lembranças que desmancharam,
E nos meus sonhos, apenas ficou o vazio da solidão.
Até onde buscaria o reencontro das metades que me completam?
Algo que perdi para sempre nos labirintos da morte,
Arrancando-me as nuvens que me guiam,
Nos primeiros traços do amanhecer,
Levando embora a poeira gritante de um mundo esquecido.