Tantas Pessoas
São tantas pessoas...
Poucos de vocês vão chegar a encontrar suas felicidades.
E ainda têm esperança. Sempre se contentam com alegrias passageiras e justificam suas desgraças com porquês que custam ter sentido. Me dá pena, mas o que eu posso fazer? Talvez me sentir fora do contexto, de certa forma até superior. Posso achar que estou no tempo errado, já que tenho certeza de que toda essa gente não me entenderia se eu escrevesse sobre a minha idéia do real. E o que podemos chamar de real? Não sei se é real sofrer uma vida toda para morrer como apenas mais um que não foi valorizado. Não sei se é real tentar ver o que eu não vejo. Não sei se é real abrir os olhos de outros da mesma forma de que os meus estão abertos. Não sei de nada! Simplesmente escolho deixar a escolha livre. Seria uma frase bonita se não fosse o fato de que não interessa a ninguém o que eu escolho ou deixo de escolher. Isso só aconteceria no caso de que algum ato meu ferisse o doce sonho dos pobres esperançosos que não enxergam com os meus olhos. E somente “interessaria” o fato, a história, por pura curiosidade que sempre trás um pouquinho de felicidade passageira. Seriam poucos que entenderiam a essência. Sendo que muitos desses poucos entrariam em um conflito parecido com o meu. E se caso a minha história [seja ela qual for] fosse se repetindo de tempos em tempos, ela poderia ser lembrada e quem sabe seguida de verdade, sem falsos idealismos. O problema é que para isso se necessita tempo e esse elemento é escasso. No fim eu me encontro no mesmo grupo de vocês. Não encontrarei minhas felicidades e me sinto feliz por pensar como eu penso... Uma alegria passageira no meio de tantas desgraças, me enrolando em idéias que eu sei que não me levarão em lugar algum. Mas o que eu posso fazer?