DESABAFO

Não brinco com a força da poesia, seja forte e bela, seja triste e fria. Seu encanto vai ao encontro dos meus sentimentos e interpreto seus versos pela sensibilidade que me consome no momento. Não chamo de poeta um trovador de linhas simétricas envolto em mil armadilhas, nem tão pouco nos românticos poemas de versos nunca vividos por quem os escreve. Não ouso definir as letras alheias e nem seus criadores fortuitos,assim como me deito em minhas emoções, sinceramente expostas ,não menosprezo a intensidade dolorosa de outra alma esquecida. Tento fazer dos meus dias, meu acalanto, seja alegre e permanente em minha inspiração ou estúpido e decadente em minha covardia. Deixo Para as outras vidas que virão o julgamento a contento, no ceio de suas paixões, os anseios de uma multidão de amores passados (nós), lavrados a termo nas mãos de poetas desconhecidos e na presença apenas da solidão vivida.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 29/03/2005
Código do texto: T8460