Muralhas intransponíveis: criamos
De onde vieram tantas pedras para tal construção
Brotaram pelo caminhar pela vida
Ou pelo caminho da vida escolhido em vão?
Não creio que “tudo” sejam escolhas
Ninguém escolhe sofrer
Da vida...Felicidade se quer ter
Da morte...Ninguém quer sofrer.
Mas se tens como legado
A própria sorte
De um azar descomunal
De quem é a culpa afinal?
Sempre haverá este deserto
Onde deserto sendo em caminhos idos
Não nos restará nem um efêmero encontro
É deserto...Lembra-se?
Nele "sermos" não nos é permitido.
Queria encontrar o mapa do coração
Esquadrinhá-lo noite adentro a luz da razão
Dormir, nos sonhos, retirando tralhas.
Derrubando muralhas.
Coração que se perde n’alma
De uma alma que não tem coração
De um corpo que tudo deseja e sente
E do coração e d’alma ressente o duro, não!
O não seguir o caminho
Seguir caminho e ter um não
Águas mansas de ribeiros secos
Que se perderam na seca do coração.
Faltaram asas e ar
Faltou voar
A água do ribeiro secou
Não deu pra desaguar no mar.