Só por hoje

Como estou sendo acotovelado

por esta multidão

de solidão.

 

Sinto que minhas forças exauriram

não consigo por eu mesmo reagir

Sou coagido pela covardia

que ora impera no meu ser.

 

Acabaram-se os arroubos da retórica

tão bem discursada

nos palanques da auto-suficiência.

 

Sinto-me covarde,

até mesmo,

como poeta!

 

Escrevendo versos

que não são mais que covardes bilhetes

onde nego direito de resposta

à pessoa 
dita destinatária,

se é que ela existe...

Ou existiu.

 

Ah!!! Não sei...

Penso ser mais um devaneio louco

da minha mente

que mente para mim mesmo.

 

não escrevo o que sinto,

e quando sinto...

Descarrego tiros a esmo

com uma metralhadora

de culpas e desculpas.

 

Se espero em Deus?

Isto é o que de mais precioso me restou,

pois forças que possa dizer de  minhas,

essas não as tenho.

 

Acovardei-me no meio do caminho,

e me sinto sozinho.

 

Quantos planos que...

Nunca deixam

 de ser simplesmente planos

nada de concreto.

 

Não que eu não queira realizá-los

mas no meuEU

 não encontro forças.

 

Espero na noite seu açoite,

num masoquismo estranho

mas de um sereno jeito

que serenamente eu me perco...

Quando me encontro.

 

Às vezes com uma euforia que contagia...

Uma coragem de segundos...

Uma vitória sem medalha.

 

O que foi feito de mim?

Ou melhor:

 O que eu fiz de mim?

 

Não quero respostas
chavões cansativos
incentivos por incentivar.

Quero...
Que
a vida siga,
e da vida

quero tragar todos os cheiros,

do aroma suave...

“Há” podridão do ser.

 

Todos os gostos provar...
Dependendo do sabor;

degustar ou vomitar,
as mazelas da minha vida,

mas não quero que tenha...
 
Pena de mim.
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