A Irrealidade do Real

_ " Esta mesa é real " . Por que ela é real? Porque pode ser tocada, vista, analisada?

O “real” é apenas uma noção, uma definição, onde o ser humano adapta suas opiniões e ações a esta noção tida como verdadeira.

Mas o irreal também é uma noção, uma definição, que tem certas características, assim como as coisas ditas como reais.

E se não existir o real, se o real nunca existiu? Tudo é somente fruto dos jogos e brincadeiras bem arquitetadas do Irreal! O irreal nos convencendo que essa mesa que pode ser tocada é real, que aquela cadeira acolá é real, pois afinal tais coisas ocupam lugar no espaço, são visíveis, são seres tangíveis, logo nos diz o Irreal para nossa consciência: “Isto é real”. E a gente acredita, afinal nossa consciência não iria nos enganar, não pode nos enganar. Ou pode?

E o Irreal zomba de nossa lógica tão fácil de ser convencida.

Quão exatos nós queremos ser.

A Irrealidade vestida de “realidade”: todo o universo, pedras, organismos vivos, estrelas, a Irrealidade usa a máscara da “realidade” para enganar nossa consciência, nossas percepções.

Retirem o véu e as máscaras da tal realidade, e vocês verão a nudez repugnante da irrealidade: o vazio, o nada, o vácuo de tudo.

A sensatez mancomunada com a loucura,

Inverter o fluxo do pensamento,

Por tudo de cabeça-pra-baixo,

Aí está a realidade: boiando na superfície do Nada.

Gilliard Alves