FAÇA-SE A LUZ

 

As coisas existem em razão pela qual as vejo,

ou não s'haveriam se [eu] não as visse?

E como um cego é capaz de "ver" o mundo?

 

Percebo o mundo e tudo porque sinto,

mas teria [de tudo certeza] caso nada sentisse?

 

Lembro de muitas coisas (e de pessoas também)

E d'outras esqueço

A se concluir que enquanto [delas] lembrar existirão para mim

Ou, sendo mais preciso, existirão "em mim"

Mas, e aquelas que não mais me lembro, será que deixaram de "existir"?

Encontro com pessoas na rua as quais não me lembro mais seus nomes

Seria porque não mais existem ... para mim?

Ou, talvez, em razão de qu'eu não mais as trago comigo

Expulsei-as, então?

Demiti-as de minha vida?

E então, meu amigo, já imaginou se Deus s'esquecesse de ti

[ou de todos nós]?

Desesperador só de pensar!

 

Miro agora o céu noturno

Onde constato não ser escuro

(Contrariando o que todos acham)

Mas também não é claro

O universo é, na verdade, transparente

Pelo que se vemos alguma coisa (ou mesmo tudo) tal se deu

porque iluminado fora

De sua luz a “colidir” com as coisas (com tudo) em qualquer lugar

Desde que [no espaço] se tenha luz

Mas, d’onde virá a luz caso não houver sol?

Pois é! ...

O sol existe para nós e para tudo

Na verdade, mais para nós, já que nós é que vemos ... tudo

 

E aqui vale sempre lembrar:

Tudo o que existe, só existe em razão de luz

Pelo que ou é "luminoso" ou, então, "iluminado"

Onde um tem luz própria e o outro a ter uma luz emprestada (de quem tem

sua a própria luz, ou de quem tem "luz própria")

 

Vemos tudo com os olhos, é fato

Nem é preciso ser muito inteligente para saber

 

Porém, eles não são nada se não houver luz

E iludida seria a vista caso s’envaidecesse a acreditar sê-la a

“provocardora” das formas

Oh, não! De form’alguma

Sim, sua vaidade a cegou se desta forma, então, acha

Na verdade, criamos os “fatos” (todos), e somente eles

Porém, nunca as formas, ainda que as nomeemos

Isso mesmo: Ainda que a mente tudo nomeou

Tal como fez Adão no paraíso


Onde se conclui:

O sol foi criado para “revelar” o que existe [aqui]

Sem o qual nada se veria

Ou, n’outras palavras:

Tudo [aqui] precisa da luz ... para poder “aparecer”

(Para poder ser visto)

E tudo precisa de luz para ser visto ... em qualquer lugar

Pelo que a luz é "necessária"

 

E nest’exato momento eu pergunto:

Que luz é essa a iluminar o qu’eu vejo quando sonho?

Considerando que se eu posso “enxergar” quando estou sonhado,

deduzo que existe “um sol” para que ilumine o que vejo

(No "espaço" a ser meu sonho)

 

Então, seria a mesma luz com a qual verei, um dia, Deus?

Não sei responder

Talvez Deus seja este “divino sol” que tudo ilumina

Com sua luz a ver tudo, e, sobretudo, a iluminar nossas almas

Que nelas levamos [cada qual] nossos segredos

Segredos para os outros (no recôndito de nossas almas)

Mas não par’Ele, onde nada d’Ele s’esconde nem se oculta

 

Mas, como veremos quando o sol apagar sua luz?

Quando o sol apagar sua luz? ...

Oh! Decerto ninguém mais estará aqui ... para ver!

 

10 de abril de 2025

 

IMAGEM: FOTO REGISTRADA POR CELULAR

 

O Pincel e a Paleta
Enviado por O Pincel e a Paleta em 10/04/2025
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