A VIDA E AS NUVENS
Divino alento soprado em minh’alma
(Em nossas almas e de tudo o que vive)
Fui sempre o que sou [agora] neste tempo?
Então ...
Outrora um dia fui o que não sei [hoje], mas fui
Continuo ainda?
Não creio
E o que fui antes ... do tempo?
Ah! Quase ninguém tem coragem de pensar nisto
Pelo que a todos apavora a ideia (ou fato) de que houve um tempo
em que éramos ... “nada”
Mas, e o que somos hoje ou sempre ... fomos?
Seríamos como nuvens qu’em certa hora aparecem e depois vão embora?
Vida?
Vivo somente o instante que me foi dado [pela Vida]
Nasço-me de novo a cada momento
Mas faço diferente cada dia o meu caminho
E "igualmente" (também) diferente me faço todos os dias
E quem dera se diferente eu me fizesse a cad'hora!
Mas, deixa quieto!
Minha vida não é uma rotina
Oh, não! De form’alguma
Nem é estática, pronta e acabada
Não, não quero repetir o dia de ontem
Aspiro sempre novas paisagens
Até porque ...
Nunca um’alvorada se repetiu
Jamais um ocaso foi o mesmo
Então ...
Por qu'eu deveria copiar a vida hoje
do que fiz [ou fui] ontem?
Lamentável condição de quem vive assim
Como são miseráveis!
E tristes daqueles que apreciam as flores de plástico
por saber que elas não murcham nem morrem
Sim, por não aceitarem a sorte das flores naturais
Felizes os que se adaptam às estações da vida
Não ficam parados no meio do caminho
E levantam seus olhos para o alto
A contemplarem as nuvens que passam
Agradecendo a temporariedade daquele momento
Como a dizerem [reverencialmente] a elas:
“Foi um prazer tê-las conhecido
Vão com Deus”
E eu também, desapegado de mim, ... vou co'elas
03 de abril de 2025
IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS POR CELULAR