Dia 02/04/2025 - Acordar
Hoje dou início ao meu processo de tentar apagar alguém da minha vida, não no sentido de deletar completamente o que somos, mas de afogar o que eu sinto por ele. Afinal, percebo que sim, ele não está disposto e nem disponível para lidar com minha intensidade, não no sentido de destruir minha dignidade ou até mesmo o que ele pensa sobre as pessoas, mas de fazer com que meus devaneios alheios sejam poesia nos olhos certos e não o motivo da minha insegurança em cenários futuros. Eu o amo, mas até quando?
Essa pergunta carrega tanto peso e, ao mesmo tempo, nenhuma resposta concreta. O amor não tem prazo de validade, mas tem resistência — e a minha está se esgotando. Eu posso até não querer apagá-lo por completo, pois a memória do que fomos sempre existirá em algum canto do meu pensamento, mas preciso diluir esse sentimento até que ele perca a força de me machucar. Isso não significa que eu deva me endurecer ou deixar de ser intenso; minha intensidade é parte de mim e merece encontrar um espaço onde seja acolhida, sem ter que ser atenuada para caber. Amar alguém que não está disposto a segurar minha mão sem hesitar é um processo doloroso de desapego, de reconhecer que o problema não está no que sinto, mas no lugar onde escolhi depositar esse sentimento.
Hoje, desafio você, leitor, a refletir sobre a naturalidade dos sentimentos. Pergunte a si mesmo: por que precisamos limitar o que é genuíno? Nossas emoções, com todas as suas cores e intensidades, são a essência de quem somos. E se a beleza dos sentimentos estiver justamente na sua fluidez, na sua capacidade de nos transformar, mesmo que dor e amor se misturem no mesmo instante? Talvez, em algum momento, percebamos que o que parecia insuportável se transformou em aprendizado, e que nossa intensidade, antes motivo de insegurança, se converteu na luz que guia nossos passos.