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VENDO A VIDA REALMENTE

 

Vendo a vida com olhos abertos

(Ou, talvez, não)

A ser este o hábito e a triste rotina de todos

E caminho pelo tempo (de forma mecânica)

Porém, nem “tudo” vejo

Como se meus olhos estivessem “vendados”?!

O que vejo e o que não vejo, então?

Que loucura!

 

Quero o que não sei

Mas quero

E disto eu sei

Ou não sei se sou eu que quero ou se há “outro eu” a querer em mim

Se for assim, sou “dois”, então?

 

Que cara estranho eu sou, meu Deus, pelo que não me conheço!

Mas confesso que, às vezes, acho que sou doido,

pelos inúmeros momentos a sentir-me maltratando,

justamente por não m’entender

Contra a maioria a seguir pela vida sem querer entender nada

Sobretudo, cada qual a si próprio

 

E agora pergunto [para mim]:

O que eu quero pode ser “visto”?

Abro os olhos à procura do que eu quero, mesmo sem saber, ao certo, o quê

E sigo pela vida com os olhos abertos

Vejo tudo, mas não o que eu quero

E por quê?

Ou porque não conheço, ou porque não reparo (quando esteve junto a mim)

 

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E nest’instante fico ainda mais confuso a achar que

um de mim quer algo e o outro quer outra coisa

O que quer meu espérmico “corpo”?

O que deseja minha mística (embora real) alma”?

E quem vê melhor seria os olhos do corpo ou mais, na verdade, [os] da alma?

Da verdade que sou um ser neurovegetativo apenas

E qu’esquece sempre que tem uma alma

 

Sigo pela vid’afora

Ou nela [me] adentro, sei lá

E sempre com os olhos abertos

E o que vejo meus olhos (de tudo), seduzidos estão (por tudo)

E vou atrás, descobrindo tudo

Mas [depois] vejo (percebo) que tudo o que vejo é “nada”

 

E me pergunto:

Onde está, então, o qu’eu quero? 

E concluo:

Para ver tudo é preciso abrir os olhos, é claro

Para ver o TUDO se faz preciso fechá-los

Contudo, para tal, é preciso muita coragem

 

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Todavia, um milagre [em mim] finalmente se fez:

Se ontem estavam abertos (meus olhos), hoje fechados se acham

Que bênção!

Ou será que temos dois olhos para que um esteja aberto enquanto o

outro permaneça fechado?

Sei lá!

 

Sim, achei que encontraria o que eu queria com meus olhos abertos

Visto que deste modo me disseram

E todo mundo faz

Mas porque não era nada, nada achei, então

E vejo agora que nem tudo (pelo menos do qu’eu quero) pode ser visto

Na verdade, não o “TUDO” qu’eu quero (ou o que minh’alma deseja)

Já que “o que vejo é transitório e breve,

e o qu’eu não vejo ... é eterno”

Conforme está escrito em 2 Coríntios 4:18

 

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E então ...

Cubro agora meus olhos [fechados a qu’estão] co’a mão direita a recitar co’alegria:

"Shemá Yisrael, Adonai Eloheinu, Adonai Echad"

"Ouve Israel Adonai nosso Deus Adonai Um"

“Baruch shem kevod malchutô leolam vaed”

“Bendito seja o nome da glória de Seu reino para toda a eternidade”

 

31 de março de 2025

 

IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS POR CELULAR

Paulo da Cruz Gomide
Enviado por Paulo da Cruz Gomide em 31/03/2025
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