A ETERNIDADE E O TEMPO
Solitária Eternidade a flutuar no ilimitado e negro espaço
A pairar no estático silêncio de seu monólogo
Quão triste não ter ninguém a quem amar
Quão triste não ser amada por ninguém
No lamento de sua infinita solidão
Nenhum som, nenhuma voz, nenhuma forma, nenhuma imagem
Tudo era então ... nada
Ou nada era então ... tudo
Mas pela compaixão do místico alento do desconhecido
surge assim ... o Tempo
A Eternidade não estava mais só
Finalmente alguém a fazer-lhe companhia
Que felicidade!
Que bênção!
E assim apaixonou-se perdidamente pelo Tempo
Mas era preciso respeitar a vontade dele - do Tempo
O amor não poderia jamais ser forçado
Impossível!
Todavia, quão insensível o era
Quão cego em não perceber o quanto ela o amava
E eis que a Eternidade persegue mais que nunca o que dela tanto fugia:
O Tempo
Até quando?
Para sempre?
Mas seria o Tempo digno de seu amor?
Seria o Tempo dela ... merecedor?
Quando o Tempo despertará para a Eternidade que tanto o ama?
Somente o Tempo para responder
Se, é claro, tiver tempo para pensar
Ou para viver ...
30 de março de 2025
IMAGEM: FOTO REGISTRADA POR CELULAR