TODOS ME CONHECERÃO NA THEOSOFIA
A aquisição do conhecimento é o resultado de uma disposição natural do ser humano, mas o empenho na sua obtenção é variável, assim como a escolha dos tipos de conhecimentos, dentro da enorme variedade deles, desde os mais simples até os de grande complexidade. O canal de conhecimentos racionais está em paralelo com o canal por onde circulam os conhecimentos espirituais, que também devem ser perseguidos, mas que se revelam exclusivamente através da intuição, como uma concessão por intermédio do Espírito de Deus para o espírito humano, privativo de quem os recebe, como uma concessão pessoal, mas intransferíveis pela vontade do contemplado, a quem compete apenas a sua pública exposição
Vejamos a seguir os conhecimentos de alguns dos seus notáveis expoentes, com a disposição de desenvolver os nossos próprios conhecimentos, no permanente e útil intercâmbio entre todos os interessados em obtê-los e ou transferi-los.
Albert Einstein (1879-1955) disse: “Não existe nenhum caminho lógico para a descoberta das leis do universo – o único caminho é a intuição. A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia. Acredito no Deus de Espinoza, que se revela por Si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pelo destino e pelas ações dos homens. Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração pelo espírito infinitamente superior que se revela no pouco que nós, com nossa fraca e transitória compreensão, podemos entender da realidade”. E ele disse também: “Tudo está determinado, o começo e o fim, por forças sobre as quais não temos controle. É determinado para um inseto, e para uma estrela. Seres humanos, verduras ou poeira cósmica... todos nós dançamos uma música misteriosa, tocada à distância por um músico invisível”, cujas palavras, ele disse numa entrevista publicada em 26 de outubro de 1929 pelo semanal americano The Saturday Evening Post. E acrescentamos mais uma frase de Einstein: “A intuição é um dom divino e a razão, uma serva fiel”.
Como Einstein acreditava no Deus de Baruch de Espinoza, então vejamos quem era esse Deus. Há 348 anos, Baruch de Espinoza (1632-1677) teve a mesma percepção de Zenão de Eléia (490aC-430aC) e de Jacob Boehme (1575-1624), e concluiu que “o verdadeiro cristianismo esclarece que estamos e somos em Deus, e a encarnação não significa que Deus veio viver entre os homens, mas sim que Ele vive nos homens. Espinoza ataca duramente a teologia cristã por ter destruído essa verdade do cristianismo. Na verdade Deus se produz a Si mesmo, às coisas e ao homem, e esse modo de autoprodução é o próprio modo de produção do real. Assim, Espinoza elimina a ideia fundamental da teologia e da filosofia cristãs, ou seja, a ideia de criação, e de um Deus pré-existente que tira o mundo do nada. Deus se produz e produz as coisas pelo mesmo ato, e Ele é a causa de Si mesmo e das coisas, como causa imanente e não transcendente. A sua produção não visa a fim algum, pois é o seu próprio fim, e entre esse ato de produção e o produto não há distância a separá-los, pois são uma só e mesma coisa”.
Na mesma direção, diremos: Deus se produz, de Si mesmo, por Si mesmo e para Si mesmo, porque tudo é Ele mesmo, ou seja, Deus é a Energia que se mantém subjacente a tudo, e preenche todo o espaço chamado Universo, e tudo o que existe são invólucros dessa Energia, como os seres humanos, por exemplo, e é por isso que Ele diz em Hebreus 8:11: Todos Me Conhecerão, o que acontecerá quando essa consciência se tornar coletiva. Porém, essa capacidade de conhecê-lo, depende da concessão do próprio Deus, a qual se estabelece e se consolida pelos insights espirituais, através do canal da intuição, independente da racionalidade, que somente a partir daí, passa a compreender a linguagem espiritual.
Jacob Boehme afirmou: “Contudo, para que a pobre alma do homem pudesse ser libertada da morte eterna e ser engendrada de novo no Filho da Virgem, a nobre Virgem Sofia indicou (ou profetizou) ao homem pelo espírito dos profetas, a semente da mulher (ou o Filho de Maria), sua encarnação, seus sofrimentos e sua morte, o que ocorreu após 3.970 anos. Então essa Palavra da Promessa tornou-se homem – essa Palavra que Deus Pai prometeu à Eva e Adão no Paraíso no Jardim do Éden, quando eles caíram no pecado, a qual se representou (ou imprimiu) no centrum da vida, por meio da qual todos os homens que vêm a Deus são justificados”.
O Filósofo Zenão de Eléia, na sua forma de se expressar, organizando de propósito argumentos contraditórios, concluiu que “Deus é o Universo”. Ele foi criticado por Platão, que o acusou de sofista pela sua forma de argumentação, mas Platão não teve a devida percepção sobre o principal: a conclusão da argumentação.
O tempo passou, e em 2.455 anos a evolução percorreu um razoável caminho para o progresso racional e o espiritual do ser humano. O conhecimento racional, ao que se observa, chegou ao seu limite, pois a Ciência ainda não sabe se a Luz é onda ou partícula, não sabe porque as partículas não param de saltitar no Espaço, não sabe o que é a Gravidade, imagina erroneamente que o Universo está se expandindo, não conhece as Constantes Cósmicas, não sabe qual é a configuração do Espaço e o modelo do Universo, e nem o que chama de buracos negros, e não sabe quem É, e nem mesmo acredita em Deus, que para os cientistas é o “acaso”.
Como a evolução da espiritualidade e seus conhecimentos não dependem do tempo, como se percebe nos tempos de vida dos personagens mencionados, talvez essa evolução esteja se aproximando da sua conclusão, na confirmação do que Ele disse em Hebreus 8:11 – Ninguém terá que ensinar ao próximo, nem a seu irmão, dizendo: conhece ao Senhor; porque todos Me conhecerão, desde o menor deles até o maior.
A expressão “todos Me conhecerão”, no contexto do capítulo inteiro, pode nos levar a interpretar como uma indicação de que se trata de um conhecimento que se insere no final dos tempos, quando um esclarecimento de grande magnitude e abrangência, elimina um cipoal de conceitos fabricados pelos interesses comerciais das diversas denominações teológicas, através dos escribas mercenários, e expandidos pelos ingênuos fariseus, que se tornam seus ajudantes ou cúmplices. Então, agora todos devem saber que Deus Pai é a Energia Centrípeta, atrativa e convergente, que é invisível e ocupa o Universo inteiro. Deus Filho é a Energia Centrífuga, expansiva, oblíqua e divergente, instalada na Luz do centro do Universo e em todos os corpos celestes. Deus Espírito Santo é a Energia Rotativa, circular e envolvente, que harmoniza a atração e a expansão, mantendo o tríplice entrosamento energético, que aloca e sustenta todos os corpos celestes, e que faz o Carrossel Cósmico girar com absoluta e imutável precisão.
Assim se instalam as três Constantes Cósmicas, que surgem nas Trevas, na Atração da Energia Centrípeta, na Luz, na Expansão da Energia Centrífuga, e no Ar Envolvente da Energia Rotativa, harmonizando a atração e a expansão, onde o Não Fundamento gera o Fundamento materializando as essências, e Antítese e Tese se ajustam pela Síntese, na Equação (-1 +1 +-1 = +-1). onde toda a matéria tem origem nas Trevas e na Luz.
Concluído o ciclo da regeneração objetivada, dois terços (666) se diluem nas Trevas (o joio) e somente um terço (333) retorna para a Luz (o trigo). (Zacarias 13:8,9) As Trevas e a Luz são a Origem e o Destino de tudo, em uma eterna sequência de transformações que se repetem a cada Geração Cósmica do Terceiro Princípio, (uma pequena parte do Universo) confirmando o pensamento de Antoine L. Lavoisier (1743-1794): “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. (“Eternamente”). Confirma-se então, o claro sentido de Eclesiastes 1:9 a 11 e 3:15 – O que é já foi, e o que será, também já foi.
A concessão do conhecimento se desenvolve através do tempo e esbarramos com ele em vários lugares, em diferentes ocasiões, como no Livro Minutos de Sabedoria do Autor Carlos Torres Pastorino (1911-1980), nos seus textos abaixo:
“Deus é a Energia Cósmica Universal, que habita dentro de você e de tudo o que existe no Universo infinito, dando-lhes vida e força. Confie nessa força inesgotável, que está dentro de você. Mantenha sua mente ligada a ela, e não mais se lamente do que lhe desagrada ou faz sofrer. Sorria diante das dificuldades e confie n’Aquele que o fortalece e vivifica. Mantenha-se calmo e sereno. Confie na Força Cósmica que enche todo o Universo, inclusive sua própria pessoa. Focalize sua confiança em Deus que habita dentro de você e dentro de todas as criaturas. Liberte-se do medo, caminhe com segurança e procure ouvir as palavras de orientação, ditadas no mais profundo do seu coração por Deus, que habita dentro de você”.
“Não tenha medo! Medo de que? Nossa vida é eterna, nosso eu que é nossa alma não morre nunca. A vida continua eternamente. Procure sentir Deus palpitando dentro de si, na vida que pulsa em seu coração, nos pensamentos que povoam o seu cérebro. Não tenha medo, porque Deus está permanentemente dentro de você. Siga seu caminho confiante e sereno, e descobrirá Deus em tudo”.