Sob a folha de um velho limoeiro,
Duas joaninhas fugiam ao aguaceiro.
Uma, com manchas que brilhavam à luz,
A outra, tímida, contava em tom que seduz:
— Amiga, essa chuva não me assusta mais,
pois cada gota é dança dos temporais!
Já viste como brilham as folhas molhadas?
são espelhos do céu em contos encantadas.
A outra, pensativa, respondeu em silêncio,
mas em seus olhos havia um mistério imenso:
— Na chuva, amiga, vejo mais do que dança,
vejo o ciclo da vida, a eterna esperança.
Enquanto gotas viravam riachos,
e trovões marcavam seus ritmos baixos,
as joaninhas riam, refletindo a essência,
de que até sob a chuva há beleza e presença.