PROCURO EM QUE LOCAL?
Às vezes dá vontade de procurar no lugar errado as coisas certas que não encontro certamente por estar errado nos locais certos. Ou essa incerteza me degrada, ou então me alimenta. Ou então me oxida, para me banhar em desengripante novo. Aquele cansaço natural e a vontade de não encaminhar propósito, a fim de ser surpreendido pelo sobrenatural de Deus. Me devo deixar oxidar, sem reagir à ferrugem. Este ar que respiro não mais me sufoca em crises de intolerância, de tanta lactose que se quebra nas enzimas mais alérgicas de minh'alma. Procuro no lugar errado as coisas certas, e nos lugares certos erroneamente me coloco, como se nada fosse meu ou então o que é meu, eu não estou a buscar constantemente como deveria. Um milharal de guloseimas, uma plantação de guaraná, um cadurme de sardinhas, um punhado de ovos, um pasto, um celeiro, tudo por uma noite em que me oxido sem ter vontade de me deixar oxidar e com vontade de sempre poder respirar, e fermentar, como uma bactéria nociva, que tem medo de um algum dia alguém pisar e se acabar.