Tomo um café enquanto leio os jornais. A esperança caminha surrada - o êxtase da violência (tesouro inútil para gerações futuras). Massacre das atuais. Futuro obscuro.
A vida, quando já entendida na barricada, pouco sobra de inteligência. O coração mofa dentro do peito de muitos. Entre disputas políticas mundiais, no final e sempre, quem paga a conta são os inocentes, principalmente mulheres e crianças.
O impacto psicológico causado pelas guerras afeta crianças palestinas (e em todo lugar - vítimas da violência sofrem) vulneráveis (como muitas espalhadas pelo mundo, igualmente vítimas). Mal entram nesse mundo e já amargam do que o ser humano é capaz em seu pior. Sofrimento precoce.
Na contramão de espíritos murchados de amor, daqueles nascidos para o ódio, não aninho em mim essa massa gelada de afeto e de ideias inférteis para a construção da paz - seres provedores da fome.
São tantas as pessoas em desamparo, arruinadas de todas as formas, herdeiras da ignorância humana - que me recuso a contribuir para ainda mais violência. Ocupo-me de conversas esquecidas dos muros.
49% das crianças palestinas expressam o desejo de morrer. Para elas e todas as vítimas das guerras pelo mundo, pouco importa de quem é a razão ideológica, política ou religiosa. Isso no coração delas já não faz diferença. Não importa o lado, o geográfico, a bandeira, a raça... Para a vítima que já morreu, então, não faz mais diferença a opinião de ninguém.
Eu tenho profunda admiração pelos provedores da paz, os resgatadores de esperanças quebradas e corações em ruínas. Estes têm toda a minha admiração e atenção.
Até breve!