A gente mira no amor e acerta na solidão...

Estou dando significado a minha forma de amar e me aconchega entender que o amor é, em sua essência, solitário.

Até hoje passo pela floricultura e te vejo nos girassóis e olha que me despedi de você há vários meses. Ainda te escuto nas músicas que dediquei a você, te sinto andando pela casa, te assisto no cinema e te leio em poesias.

Sinto que forjei reciprocidade da sua parte quando verbalizei o quanto te amava. Mas como eu poderia dar sentido ao pseudo amor que você sentia por mim?

A menos que eu fosse você, o amor não seria solitário. Eu te amei com tudo o que há de mais genuíno em mim e te odiei da mesma forma. Ao contrário do amor, engoli meu ódio e me puni por te amar tanto.

Amar realmente é solitário...

Por mais que eu consiga verbalizar parte do meu sentimento por você, não consigo desenhar seu rosto aqui. Não consigo captar e tampouco reproduzir o que senti quando te vi dançar naquela noite. Nem você que estava ali, compreenderia o que percorria pelo meu corpo quando a tive junto de mim.

Amei como só eu poderia amar...

Só eu sei da fantasia que fiz desses momentos e do quanto vivi neles. Sonhei em te levar a tantos lugares e te beijar em todos eles.

Só eu sei o que estava por trás dos meus olhos todas vezes que eu te olhava. "Eu te amo" nunca seria capaz de expressar o que se escondia em meu olhar.

Amar é um presente solitário...

Amar no presente é como deixar o outro pisar no nosso vazio. É solitário porque o nosso vazio é o que temos de mais íntimo, e deixar que o outro mergulhe nele, é permitir que nos percamos de nós. Mas nos perdemos sós.

O outro pode voltar a superfície quando quiser e nós, pobres solitários, que arquemos com esse vazio dividido em dois: o amor que tenho pelo outro; e a falta que o outro me faz.

E quando eu te amo no passado?

As músicas que dediquei e escrevi pra você, me colocavam aos pés da solidão. Era tão solitário ouvi-las com você, mas, ouvi-las quando você partiu, me fez sentir sua companhia. É como se aquelas músicas me tirassem da fantasia e me levassem ao concreto, ao que eu já havia vivido com você.

A dor se tornava palpável e eu podia, por fim, expressar o que se escondia por trás dos meus olhos.

Amar é quase uma dor, mas só consegui acessa-lo de fato quando doeu.

Mas amar no futuro é tão...

Eu te sonho no meu paraíso particular. Eu te beijo ao pôr do sol. Eu te faço cafuné. Eu te tiro pra dançar.

Eu finalmente entendo o que há por trás do seu olhar. Eu sou você e você sou eu.

Você me ama como eu te amo, afinal, o sonho de amor é completamente meu.

Solitário.

maria paula da silva lima
Enviado por maria paula da silva lima em 24/02/2025
Código do texto: T8271350
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