Do Abismo ao Precipício

Lembro-me bem de estar sentado à beira do precipício

Olhando pra ele sem desviar o olhar, e ele me olhava também como se me esperasse à todo instante

As mãos trêmulas e o olhar marejado..tão distante..

Não havia pássaros voando nem tão pouco nuvens no céu, não era um dia bonito. Era tudo nublado e chuvoso depois que não tinha mais você.

No instante que tudo se foi eu sabia que algo tinha me encontrado, a sensação não era boa. Eu só pensava em fugir, em correr o mais longe possível dali, pois eu tinha me jogado, e ao se jogar eu senti o vento, senti que podia voar, e quando percebi não estava voando e sim caindo... E doeu, doeu, mas não morreu, penso que as vezes seria melhor ter morrido, a dor sumiria de uma vez, mas não morreu, continuou agonizando, precisando, esperando, tentando..

A noite foi longa, de choros e promessas, de medos e esperanças, os dias que se sucederam também e todos os outros que viriam , uma montanha de pensamentos a beira do precipício.

Lembro-me bem de estar sentado à beira do abismo, eu o observava com admiração e temor, ele me observa com admiração e temor de nunca ter-me. E eu tinha certeza de que nunca ele me teria... e cá estou eu sentado à beira do abismo que já pulei tantas e tantas vezes.

E todas essas noites que antecederam a queda não foram das melhores, porém todo abismo tem seu horizonte. Por mais nebulosa e escura que seja uma noite triste sempre haverá um dia à amanhecer.

Gabriel Sant
Enviado por Gabriel Sant em 22/01/2025
Código do texto: T8247247
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