PARAÍSO PERDIDO

 

Cadavérico aglomerado urbano
Da sensibilidade que nele não mais s'encarna
Das duras horas que insistem em s'estender
E esse tempo ... que não passa!
No amargo cálice da peçonha então nele mergulhada

E por todos (sem nenhuma resistência) ... tragada
A qu'este prazo nos oferta
E que a todos obriga a tomá-lo
O sabor do inferno!

Dos lírios dos jardins nas praças e quintais que não mais existem
Das belas aves que já fugiram, faz tempo!
E de ambos não mais são vistos
E assim a ouvir apenas as lamúrias nos hortos da vida
A s'escutar os gemidos dos crucificados do existir

E nas ruas e avenidas das cidades ...
eis que nos roubam as carteiras e demais pertences!
E nas esquinas da vida ...
oh! vede que nos tiram da cara os antigos sorrisos
Sim,agora (como sempre fizeram) nos roubam a paz

 

Ai! Por que este desespero a que em noss'alma em tal grau se assola?
E como ela grita ... e o tempo todo chora!
Da felicidade a parecer, no entender do mundo,
não termos dela mais (ou nenhum) direito
Ou considerar um crime hediondo ... neste tempo ... ser feliz
E destarte, por covardia de muitos, quantos então a ela renunciaram:
A felicidade

 



E a antiga lenda do reino dos céus na terra, ...
ai! Quão doce utopia!
Ao que dela não mais lembramos
E vivemos apenas ... por viver

Sem perspectivas, sem sonhos, sem fé

E, principalmente, sem ... esperança

05 de janeiro de 2025

 

IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS POR CELULAR

 

Paulo da Cruz Gomide
Enviado por Paulo da Cruz Gomide em 05/01/2025
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