FUNERAL DIÁRIO
E vede, então, nest’hora ... o orgulhoso monte
A despencar-se n’oceano ... e mergulhar em suas águas frias
Pelo que outrora em vão se creu em sua força e poder
Porém, chegou par'ele a hora da libertadora "desilusão"
Sim, o momento de se libertar desta ilusão e mentira,
à qual [nela] acreditava e, portanto, entregou [de forma infantil] sua vida
Impiedosa seria, pois a vida por permitir sua queda?
Ao que não o creio, por achá-la [sempre] justa
A morte!
Não, não a vejo como um castigo
(contra inúmeros que assim pensam sobr'ela)
Quando, na verdade, é uma "vital necessidade"
Ou alguém aqui poderia imaginar um mundo sem ela - a morte?
E, portanto, em cada ocaso há sempre um funeral ... [preciso] ... d’eu mesmo
Todos os dias
A que nunca foi diferente
Que bênção!
Mas, quando, pois nascerei... para não mais morrer?
E haverá, quem sabe, o "seu último dia"?
04 de janeiro de 2025
IMAGEM: FOTO REGISTRADA POR CELULAR