UM REMÉDIO CHAMADO “PERDÃO”
A amarga dor d’uma ofensa recebida
Aquela bofetada [dada sem piedade] na cara d’alma
E como a "pegou" de surpresa!
A se operar a nefasta tristeza no coração de quem nele pousa [e fica]
E como a oprime e tanto incomoda!
E como sufoca a memória [de quem a guarda e, portanto, a abriga],
e que nela muito se alonga!
Ah, maldita dor!
E na maior parte das vezes a vir de quem menos s’espera
A que se vê na ferida qu’em tal grau a sangra
Oh, o perdão! eis seu único remédio
Não há outro
Do que nada, pois, a atenua pelo que já tentou se fazer
Nem mesmo dando tempo ao tempo
No peito que ofegante se respira d’alma a se agonizar em sua tortura
E assim, só o perdão ...
Sim, e somente ele
Todavia, caso a cicatriz lá ainda s’esteja,
ai, com certeza ... não perdoou
Não de coração
E, destarte, o machucará enquanto ali [na memória] s’encontrar
Oh, haveria alguém nest'exílio o qual não provou desta dor:
a dor da ofensa ... e da traição?
04 de janeiro de 2025
IMAGEM: FOTO REGISTRADA POR CELULAR