UM REMÉDIO CHAMADO “PERDÃO”

 

        A amarga dor d’uma ofensa recebida
   Aquela bofetada [dada sem piedade] na cara d’alma
          E como a "pegou" de surpresa!
   A se operar a nefasta tristeza no coração de quem nele pousa [e fica]
            E como a oprime e tanto incomoda!
       E como sufoca a memória [de quem a guarda e, portanto, a abriga],
            e que nela muito se alonga!

 

         Ah, maldita dor!
     E na maior parte das vezes a vir de quem menos s’espera
           A que se vê na ferida qu’em tal grau a sangra

 

    Oh, o perdão! eis seu único remédio
            Não há outro
       Do que nada, pois, a atenua pelo que já tentou se fazer

          Nem mesmo dando tempo ao tempo
    No peito que ofegante se respira d’alma a se agonizar em sua tortura
          E assim, só o perdão ...
                 Sim, e somente ele

 

             Todavia, caso a cicatriz lá ainda s’esteja,
     ai, com certeza ... não perdoou
               Não de coração
    E, destarte, o machucará enquanto ali [na memória]  s’encontrar

 

        Oh, haveria alguém nest'exílio o qual não provou desta dor:
             a dor da ofensa ... e da traição?

 

                       04 de janeiro de 2025

 

IMAGEM: FOTO REGISTRADA POR CELULAR

 

Paulo da Cruz Gomide
Enviado por Paulo da Cruz Gomide em 04/01/2025
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