TORNOZELEIRA ELETRÔNICA
Quisera eu, qual criança levada, esconder a cara no mundo
Sim, daquelas que fazem "coisa errada"
E têm consciência de suas peraltices
Dos segredos que em minh’alma a outros escondo e guardo
Todavia, não da vida, ainda qu’espessa se ache aos meus míopes olhos
Qual poente a querer fugir-se
no horizonte do mar à minha frente
Mas, seria por vergonha?
Seria, quem sabe, por medo?
Oh, quanta bobagem!
Não! Simplesmente impossível!
Do sol que, em verdade, não s’esconde (ninguém dele)
Mas que se adentra no tempo de seu ocaso
E tudo mostra e, portanto, tudo revela
E assim não adianta querer-se, pois, escapar dos olhos da vida
De form'alguma!
Ao que creio que tais como os presos em condicional liberdade,
e vede que deste modo então estamos:
Atados nossos "místicos pés" ... com uma suposta “tornozeleira eletrônica”
E alguém disto contesta ou desacredita?
Ah, eu não
E em que, então, eu creio?
Não, impossível fugir ... dos olhos da vida
Por mais que deste modo tanto queira
E não é que a Vida vê tudo do alto céus
Não, nada disso
Ela vê tudo a partir de próprios olhos
E com os olhos do Tempo (que nunca esquece)
Ou acreditas, pois, que o Tempo não tem olhos?
Resumindo:
Não há como dela escapar
03 de janeiro de 2025
IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS POR CELULAR