Um ato de coragem!
Resolvi escrever brevemente sobre o amor, mas não esse amor bonitinho e cheio de qualidades que atraem tanto as pessoas, mas o amor humano e imperfeito que mesmo assim pode ser tão belo. Portanto não irei mencionar apenas as belezas de amar, mas também a coragem que implica esse ato tão sublime.
A atual cultura do amor-próprio e do merecimento nos confundiram sobre o que é de fato amar o outro, pois gostar de si mesmo é fácil e não necessita esforços, já o outro é um empenho diário, como disse Jean-Paul Sartre "O inferno são os outros", afinal a convivência é uma experiência rica, mas conflituosa que requer a capacidade de suportar os desafios da intimidade que uma vida compartilhada proporciona. E por incapacidade de olharmos para essa realidade, vamos fantasiando o amor ideal como os clichês dos cinemas, onde os estereótipos são sempre as lindas histórias com finais felizes, nos esquecendo que ele é uma escolha que não nos trará somente felicidade, pois mesmo amando iremos chorar, sofrer, ter raiva, ofender, ser ofendido e ainda ser capazes de perdoar.
Por fim, o amor demanda coragem e maturidade de encararmos decisões difíceis, como uma Águia que precisa corajosamente enfrentar a dolorosa fase da renovação para atingir a longevidade, também amar exige o enfrentamento de inúmeras dores nesse processo, arrancando e destruindo de tempos em tempos o que já não favorece o seu desenvolvimento, para enfim, concedermos vida longa a esse tão honrado e belo sentimento.