Terça Feira
Depois de dois tarjas pretas, para amenizar um pouco a dor, pego e acendo um cigarro, e logo a sensação do remédio parece fazer o reverso, a ânsia volta, de pensamentos emoções reprimidas que cada vez intoxicam mais, do que qualquer outra substância. Um grito silencioso, me levanto pálida, com as mãos frias e diretamente me recorro ao espelho encarando a minha própria face, meus olhos já apelam as lágrimas que em nenhumas palavras eu conseguiria decifrar no meio do próprio caos que criei em meu ser. A ansiedade cresce em meu peito e deito me, respirando lentamente, tentando concentrar me a consciência novamente, porém os demônios que carrego são invasivos e sempre parecem estarem em uma eterna cobrança, pelos pecados que cometi, segundos após segundos, mais uma lua se passa e o sol se põem novamente , e o que fica são só as cinzas dos tragos, e a dor do fardo das consequências.
Sinto que logo, terminarei a dívida que nessa jornada até agora criei, e poderei sair dessa prisão que me impede um sorriso sublime, simples que sempre carreguei em meu rosto.