Na medida exata
Não dava para continuar na mesma frequência, como gostaria, de sempre manter o ritmo da contemplação em alto grau. Nada vinha articulado, senão por um anseio de entender o que causava tal perturbação. A temperatura do conteúdo literário se dava após um pensamento positivo, de agregar vocabulário compacto de uma produção racional e definitiva, de moldar aspectos cognitivos selecionados pela insistência de renascer. Ao observar, o fundo estava seco; podia sentir a aspereza das paredes do túnel, que trazia à luz um tipo raro de um calor reluzente. Era dourada e refinada, parecia com um pó cintilante, e seu efeito era um brilho no olhar de longa duração. Fazia tão bem que parecia um tipo de entorpecente, mas não era químico, e sim as almas puras que recebiam de coração. Ao tocar corações, através de orações, já multiplicava afinidades para com o próximo encontro, espalhando uma atmosfera de comunhão suficiente ao que mais necessita. Aí está a porção. Nunca se ouviu dizer: “Fulano perdeu a noção.” Na verdade, entre altos e baixos, somente Jesus tem o poder de ser o mesmo ontem, hoje e sempre. Não devemos definir momentos de aridez sendo o fim de tudo. É necessário descer contra a vontade, querer contemplar sempre as virtudes divinas. Porém, algumas vezes é necessário, por causa da corrupção original, baixar e suportar com resignação o exílio da aridez de espírito. Deus dá, do jeito Dele, uma porção da proporção exata do que precisamos, nem pouco, nem muito, mas o suficiente para nos proteger de nós mesmos.