Descoberta.
Descoberta.
Ninguem me disse que um dia morreria de amor, nem mencionou de que forma eu descobriria tal sentimento, apenas relatou-me que aconteceria, pois, assim como o nascer de um dia, este sentir nasceria, fosse com o sol radiante, ou, com o mistério de uma madrugada em plena lua cheia, contudo, nem todos os dias são ensolarados, há dias nublados com fortes tempestades, assim, como há noites tão densas em neblinas, que, enxergar um palmo a frente torna-se inviável levando-nos a declives sem qualquer salvação.
Alguém ousou entrar em minha vida, seus encantos deixava-me atordoado, seu jeito de falar sobre o sentimento doado a mim fazia-me refletir sobre, e, seus toques levava-me a uma mistura de sensações e prazeres sem igual. Os dias eram incrivelmente belos, existiam canções compostas em nome desse romance, o brilho no olhar dizia-me como era real, assim, como as noites eram estreladas, as madrugadas assinava sem cogitar a existência desta pureza, então, um dia, uma enxurrada de desgostos, levou tudo sem deixar rastro.
É, ninguem me disse que amaria, nem mesmo, que este amor viria de um alguém. Um alguém que, sem perceber, adentrou minha vida iludida pelo querer, por esse motivo não conseguia ver por entre a neblina de seu olhar, mas, quando percebeu, era tarde. Viu que a tempestade não cessava, que não tinha como escalar o abismo, e, sem ter como suportar toda dor causada nesta relação, partiu sem dizer onde eu a encontraria, para quem sabe, mesmo inerente a meu julgo, um dia pedir-lhe perdão.
Sabe. Ninguem falou-me que nem sempre as pessoas são o motivo de nossas dores, mas, que, estas mesmas dores, são causadas por nossa própria ignorância de pensar ter amado.
Texto: Descoberta.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 17/12/2024 às 16:21