Só sei que nada sei
— O mistério da transubstanciação ocupa muito espaço da minha consciência, meu coração vive no mistério da morte, que é também o mistério da vida, faço frequentes visitas a uma perspectiva que estilhaça todo o mundo real e faz tudo parecer absurdo. Sempre suspeitei que talvez fosse loucura, que nada existe — nem deuses, vida, cosmo, sujeito, objeto, corpo, eu, que tudo é um tipo de sonho, etc... mas, por força maior, eu ainda mantenho uma certa coerência com aquilo que o senso comum chama de mundo. Procuro não esquecer disso, acho essencial para conservar a racionalidade. Eu só sei que nada sei.