O VENTO MEMORIAL
(ao Paulo Timm, mestre de humanidades)
Bom que encontraste as chaves da caverna aristotélica, primorosa remanescente de farta e privilegiada memória.
A pobrezinha, por desejos de seu senhorio, anda tacanhamente aérea, vazada de humanidades, que nem de portas se investe, quanto mais de clausuras. É um estranho caso de pertencimento.
Irás acrescer-te do que é proteção, nunca pedra e argamassa, sim o cicio das casuarinas à hora exausta.
De avenças de lonjuras, coitadas, agora, nos jardins intermitentes, chegando aos oitenta, esquecidas pela maturidade.
Quem ganha é o ciclo biológico do vivente, quando bafeja a Outridade ao sabor da rosa-dos-ventos.
Nestes sortilégios, nos louvaremos vários, conquanto palavra expectante de desejos. E silencia o cimento, um totem memorial arrojado à coragem de ficar em segundo plano.
MONCKS, Joaquim. FAZIMENTOS. Obra inédita em livro solo, 2024.
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