A última viagem de Camus
Às 13h55m de 4 de janeiro de 1960, um automóvel Gacel-Véga saiu da pista na Rodovia 5, entre Champigny-sur-Yonne e Villeneuve-la-Guyard, a pouco mais de cem quilômetros a sudeste de Paris. À direita do motorista estava o Prêmio Nobel de Literatura em 1957, Albert Camus, 46 anos. Faria 47 em 7 de novembro. Nascera na Argélia. Sobreviveu à infância pobre e a uma tuberculose, estudou sem ser o melhor da classe, foi goleiro do Racing Universitário de Argel, filiou-se ao Partido Comunista, trabalhou como jornalista, ficou desempregado. A insistência num comportamento ético caracterizaria Camus até o final de sua vida, doesse a quem doesse - sobretudo nele mesmo.
"Amanhã, tudo vai mudar, amanhã. De repente, ele descobre que amanhã será igual, e depois de amanhã, e todos os outros dias. E essa irremediável descoberta o esmaga. São ideias semelhantes que nos fazem morrer. Por não conseguir suportá-las, as pessoas se matam – ou, quando se é jovem, fazem-se frases sobre elas”
– Camus, O Avesso e o Direito, A ironia
https://nadadorentrepalavras.wordpress.com/2014/08/17/camus-o-centenario-de-um-estrangeiro/