PERSEGUIDOR DE PIPAS?
Quanta nostalgia me trazia aquela brisa gostosa em dias de céu azul, colorido pelas pipas de todos os formatos com suas compridas rabiolas e até mesmo pelas capuchetas feitas com folha de jornal.
Vozes infantis ecoavam pelos descampados e olhos maravilhados não desgrudavam daquele pedaço de papel em evoluções e piruetas produzindo coreografia digna dos palcos mais exigentes.
A preocupação era com o desempenho da pipa e a destreza de quem a empinava.
O que aconteceu ?
As crianças mudaram?
Sei lá!
Hoje, o espetáculo das pipas cedeu espaço a uma competição ignóbil na qual sai vencedor aquele que conseguir subjugar a pipa do concorrente e, para isso, se munem os competidores com linhas muito resistentes e muito vidro moído cuidadosamente aderido em toda a extensão do cordel.
Quantas vidas já foram ceifadas em razão destas linhas se desprenderem e se colocarem bem no trajeto de ciclistas, motociclistas e até pedestres?
A discussão pode descambar para a falta de espaço para o lazer das crianças nas grandes cidades e daí progredir para a desnecessidade dessa mistura perigosa feita sob o olhar de cumplicidade de adultos ou, ainda, na cômoda negligência destes.
Quando vejo uma criança empinando uma pipa, o sentimento que desperta não é de nostalgia e sim de preocupação com a eventual linha com cerol e da possibilidade de um acidente fatal.
Em tempos nos quais a violência grassa e muita gente morre vitimada por balas perdidas, vemos tantas outras morrendo de “linha perdida” e que acabam sempre achando uma jugular a ser cortada.
Será que estou me embrutecendo?
Será que de admirador me tornei em um perseguidor de pipas?
Quanta nostalgia me trazia aquela brisa gostosa em dias de céu azul, colorido pelas pipas de todos os formatos com suas compridas rabiolas e até mesmo pelas capuchetas feitas com folha de jornal.
Vozes infantis ecoavam pelos descampados e olhos maravilhados não desgrudavam daquele pedaço de papel em evoluções e piruetas produzindo coreografia digna dos palcos mais exigentes.
A preocupação era com o desempenho da pipa e a destreza de quem a empinava.
O que aconteceu ?
As crianças mudaram?
Sei lá!
Hoje, o espetáculo das pipas cedeu espaço a uma competição ignóbil na qual sai vencedor aquele que conseguir subjugar a pipa do concorrente e, para isso, se munem os competidores com linhas muito resistentes e muito vidro moído cuidadosamente aderido em toda a extensão do cordel.
Quantas vidas já foram ceifadas em razão destas linhas se desprenderem e se colocarem bem no trajeto de ciclistas, motociclistas e até pedestres?
A discussão pode descambar para a falta de espaço para o lazer das crianças nas grandes cidades e daí progredir para a desnecessidade dessa mistura perigosa feita sob o olhar de cumplicidade de adultos ou, ainda, na cômoda negligência destes.
Quando vejo uma criança empinando uma pipa, o sentimento que desperta não é de nostalgia e sim de preocupação com a eventual linha com cerol e da possibilidade de um acidente fatal.
Em tempos nos quais a violência grassa e muita gente morre vitimada por balas perdidas, vemos tantas outras morrendo de “linha perdida” e que acabam sempre achando uma jugular a ser cortada.
Será que estou me embrutecendo?
Será que de admirador me tornei em um perseguidor de pipas?