Boas-vindas às tristezas!

Vivemos um tempo em que a felicidade é vendida como uma mercadoria de uso indispensável, visto que, para o marketing abordar a tristeza não conquista clientes, porém paradoxalmente buscar por um contentamento absoluto torna-nos menos contentes e assim vamos remediando cada dissabor na crença de um êxito ideal.

Deveríamos nos permitir a infelicidade e não abafar com tanto desprezo nossas tristeza, acreditando tratar-se apenas de um sentimento inconveniente. Os momentos tristes são úteis para nossa evolução, afinal, será que evoluiríamos se nossos antepassados estivessem felizes e acomodados em volta de uma fogueira? E o que seria de nós sem as tragédias de William Shakespeare que tanto nos ensina até hoje, se ele não tivesse a melancolia em sua companhia?

Também não se faz necessário buscar o amargor existencial, pois a felicidade são momentos que merecem ser deleitados, contudo ao aceitarmos que a vida não é um parque de diversões e que estamos surfando em um mar de ondas instáveis, entenderemos a tristeza como parte natural da existência, compreendo também sua importância, pois somente assim iremos saborear a leveza de viver em um mundo que não nos deve nada e perceber que cada fase trasborda ensinamentos incríveis.