A Arte do Tempo
A arte do tempo é divagar; devagar, criar no tempo a arte de divagar. De forma aleatória, a ideia se cria, no ato de pensar em algo novo, latente em algum lugar. Prateleiras empoeiradas cheias de pensamentos esperam apenas um espanar para brilhar. Somos nossos próprios amplificadores — basta ligar para as ideias ecoarem, como ondas sonoras escritas e o verbo a voar.
Sujeitos pretéritos do presente aumentam a letra do verbo ser. Encontros e desencontros, afagos e abraços fraternos envolvem essa criação. Lembranças ressurgem, ampliando a nostalgia. Um museu de objetos valiosos vive somente no lembrar. Há quem diga: "Por que lembrar? Isso ficou velho, ninguém se interessa."
Mas pensar assim talvez seja esquecer que o tempo de divagações pode ser sua própria história. E, afinal, onde o velho pode ser você.