A MENTIRA NOSSA DE CADA DIA

 

Mentiras!

Pois bem, pergunto-vos agora:

Como seria "um mundo" sem mentiras?

Sim, digo "um mundo" porque talvez exista um [mundo] igual ao nosso

(em termos estruturais e biológicos) n'algum lugar deste ilimitado universo

 

E então, já parou para pensar como seria "este mundo"?

Ou a pergunta melhor seria:

Como seria "o mundo" (sim, o nosso mundo) sem a mentira?

 

O mundo sem a mentira!

Sobreviveria [ele] por um ano?

Por uma semana, talvez?

Ou, quem sabe, por um dia?

Ah, Duvido!

Dificilmente o persistiria por ... uma hora!

E alguém acha qu'estou exagerando?

Não, não estou

Digo isto tomando como base o fato de que o mundo não sobreviveria

sem oxigênio durante "dez segundos"

É verdade: O mundo deixaria de existir caso fosse negado oxigênio neste

curtíssimo prazo

 

Bom, e quanto a "mentira"!

Seria uma "necessidade vital" em função de nossa sobrevivência?

Vital talvez não, mas "social" ... oh! com certeza

 

Meu amigo, desde que sabemos que podemos "evitar dizer a verdade", eis

o que mais temos feito ... na vida

Quantos segredos guardamos conosco!

Quantos sigilos!

Quantos "silêncios"!

E por quê?

Simplesmente porque não queremos que o outro (ou ninguém) saiba

E assim escondemos

E não revelamos

Ou até "nos reservamos"

Sim, e quando não estamos mentindo, optamos em não falar tanto a verdade

É mais ou menos assim:

Se eu não minto [o tempo todo], às vezes o qu'eu faço é não dizer a verdade

Há uma sutil diferença, mas há

 

Mas agora fica aquela pergunta:

Por que o outro não tem o "direito de saber" ... a verdade?

Ou ele tem, sim, o direito, mas é por alguém negado?

E por que se nega o que [talvez] ele deveria saber?

Ah! Deixa quieto

Mesmo porque todo mundo já sabe as respostas

 

Mentiras!

E então ...

Como seria a vida sem elas?

Ou será qu'estou agora a imaginar um "mundo de mentira"?

Contudo, tente [alguém] imaginar:

Quais palavras seriam pronunciadas no dia a dia?

No cotidiano da vida?

No trabalho?

Nas ruas e praças?

Nos palanques políticos?

Nos auditórios?

Nos tribunais?

Nas igrejas?

Nos altares?

Na vida dos casais?

Enfim, nas relações humanas?

 

Mentiras!

Quantas vezes, na vida, já mentimos?

Se somadas creio [serem] muito mais que os fios de cabelo em nossas cabeças

E por que tanto mentimos?

Seríamos, por acaso, "alérgicos à verdade"?

Alguém, neste mundo, já falou "somente a verdade"

e nada mais que a verdade [pelo menos por um dia]?

Teriam as mentiras pernas curtas

ou não seriam as verdades a andarem de muletas?

Quem poderia dizer?

E existiria uma "meia verdade" ... pelo que há tal "expressão"?

Se assim houver entende-se que a outra metade seria uma mentira

no corpo de um enunciado ou declaração

 

Mentiras!

Quantas nos adestraram em acreditar?

Pois é!

E em quantas mais nos farão?

Quantas ainda enfiarão em nossas cabeças?

Até o mundo acabar?

 

Mentiras!

Quem se apraz em ouvi-las?

Haverá alguém neste mundo a querer ser enganado?

Talvez até haja

Ou, na verdade, muitos

Sim, talvez a imensa maioria

Porém, por quanto tempo?

E por quê?

 

Mentiras!

Seria possível viver sem elas?

Seria possível viver pela verdade?

Seria possível viver de verdades?

E, sobretudo, seria possível viver ... de verdade?

 

06 de dezembro de 2024

 

IMAGEM: FOTO REGISTRADA POR CELULAR

Carlos Renoir
Enviado por Carlos Renoir em 06/12/2024
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