NUM ESPAÇO EU

Sou apenas um ninguém que canta o amor

que chora quando os brutos matam a flor

e sorri se as nuvens formam lindas figuras

a se diluir pela força de um sopro

vindo dalém infinito...

Quando canto eu desfolho notas e as guardo

num arquivo grande e pesado como um fardo

que, no entanto, parece tão sutil e leve

quanto a brisa amena...

Busco a paz encontradas só no universo

das palavras e estas eu declamo em verso

perpendiculares à existência humana,

descobrindo fendas nas emoções,

alcançando metas jamais colimadas...

E, contudo, sou apenas e tão-somente criança

eivada de anelos e na batalha pela esperança,

essa fada linda e consoladora, casta

e a um tempo tênue e titânica...

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 17/01/2008
Reeditado em 19/02/2008
Código do texto: T821324
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