O homem de caráter
O homem de caráter, quem é? Silêncio. Nenhuma voz ousou responder.
Por muitos séculos tem -se perguntado quem é o homem de caráter. Será aquele que segue sua vida com retidão sem ceder ao mínimo possível? Que não faz barganha dos princípios que balizam suas ações?
O homem de caráter não cede às primeiras aparências, pondera para não ser injusto, pois, amigo da justiça que é, não se curva ao vozerio da urbe. Ou, será aquele que não se alia às causas por puro interesse? E talvez, seja aquele que enfrenta com altivez e convicção as causas que acredita sem abrir brecha aos aproveitadores?
Movido por uma certeza que se estrutura numa vida que segue feito fortaleza, o homem de caráter não possui a mesma característica do camaleão que muda sua cor para se camuflar do predador. Tantos podem ser homem de caráter. Mas quem poderá ser o Homem de caráter? Talvez, tantos se candidatem, se lançam ao escrutínio público e se apresentam como outro igual não houvesse. Todavia, tantos podem, e se apresentarão, porém, sob quais critérios serão escriturados? Serão aqueles que nossos pais nos ensinaram e que, se espera, carregamos como tesouros, como se nada mais valioso existisse? Ou, serão a esperteza e a dissimulação que se aprende nas rodas infantis dos jogos de advinha? O homem de caráter, o homem que se busca para a ação humana como seta e alvo, isto é, o homem que personifica ação e pensamento, não é todo homem que habita o sentimento de uma sociedade. O homem de caráter, tanto quanto uma jóia rara, ou a flor que nasce no lodo, e por isso, é mais bela, o homem de caráter não está nos manuais, nem nos livros raros. O homem de caráter é tão somente aquele que nos inspira sermos nós mesmos, que não se propõe ser modelo; não existe modelo. O homem de caráter está em toda ação que se conecta com os princípios, não está nos quadros, não está nas calorias. Está em nós e em nossos princípios. Somos o que somos sob nossas ações.