VIRGEM OLHAR

 

Ao largo horizonte vivo ... e tão belo!

A assistir a cinzenta e nebulosa alvorada ... a jamais repetir

(Quem sabe, eis o segredo de sua magia)

 

Peito palpitante pela imagem que a atiça

A alma que canta ... pel'encanto do que ela vê [agora]

E assim, atentos olhos a se deleitarem pelo fascínio do que se contempla

Todavia, somente eles

Às vezes embriagados pelo atrativo das formas (a agraciá-los)

Por vezes invadidos pelo espanto do que admiram

Até chegar ao final de seu prazo

Ao que assim deve sempre ... ser

D'olhar que dança ao frenesi de tudo o que vê e, portanto, admira

 

Ah! Quão necessário faz-se estar virgem a tudo que nos cerca

Sim, como tudo (a que se foi) da primeira vez

E sempre ... [virgem]

Na fecunda visão de cada instante ... (que [para tudo] tão rápido se esvai)

 

E destarte, faz-se preciso estar vivo ... para vida

Privilégio de pouquíssimos

Ao que melhor se diga: Um dom somente "dos vivos"

 

Todavia, talvez por misericórdia ou, quem sabe, por justiça

a vida só permite aos olhos enxergar apenas o que a vista suporta

Ou, quem sabe, o que no tempo ... são [eles] dignos de ver?

Um dia, "quem sabe", haveremos de saber!

 

05 de dezembro de 2024

 

IMAGEM: FOTO REGISTRADA POR CELULAR

 

Carlos Renoir
Enviado por Carlos Renoir em 05/12/2024
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