VIDA PERDIDA
Nas profundezas de suas antigas águas a qu'então s'encontrava
Ah! Quão isento ... de tudo estava!
E assim, não s'era prisioneiro ... de nada
Quanto gozo, ao que não se proibia ... de "viver"!
E assim vivia "de verdade"
Liberdade, ... independência, ... vida em totalidade!
Oh! Mas, por que não s'é [agora] livre neste prazo em que lhe resta?
No infante tempo d'outrora a que infinito parecia!
Tê-lo-ia, pois, dado o fora?
(Não ele, porém o tempo a que era, sim, ... dele!)
Livre peixe a que um dia fora ... mergulhado no mar d'outrora
Pescado, que pena! a qu'então s'é ... nest'hora
E agora, ai! vede, pois preso num pequeno aquário
A se afogar em águas distintas ... (que não são, é claro, as suas)
E, destarte, ei-lo não [mais] vivo (embora até acredite)
Mas a estar, sim, "essencialmente" morto
E por quê?
Visto que longe está de suas "verdadeiras águas"
Este peixe a ser ... cad'um de nós!
05 de dezembro de 2024
IMAGEM: FOTO REGISTRADA POR CELULAR