Entre o Céu e a Terra
Entre o céu e a terra, há uma ponte, uma linha tênue onde se revela a luz de um prisma, do oriente ao ocidente. Ali, todos passam, indo e voltando, renovando o ciclo eterno entre o espírito e a matéria, a alma vibrante no corpo que se desfaz.
É nesse espaço que nos encontramos, transitando, sem saber se estamos indo ou voltando. Na fragilidade do ser, há um sussurro silencioso que nos pede: ser e não estar. Pois, estar é apenas um momento fugaz, enquanto ser é a essência que perdura, atravessando a ponte da existência.
Não se trata de ocultar, mas de mostrar. O medo é a sombra que esconde a luz que, no entanto, brilha em cada gesto de coragem. A verdadeira coragem não é ausência de medo, mas sim a capacidade de encarar o abismo e caminhar através dele, respeitando a vastidão que ele representa.
Ser é se acovardar e ao mesmo tempo se encorajar, é temer o desconhecido e, ainda assim, caminhar em direção a ele. Pois, no fim, somos todos um só, uma única partícula vibrando em sintonia com o todo, em um fluxo eterno de renovação, onde cada ato, cada escolha, cada pensamento, ressoa na vastidão do universo.
E, como a ponte que conecta o céu à terra, somos simultaneamente infinitos e limitados, eternos e finitos, mas, ao mesmo tempo, parte do ciclo que transcende nossa compreensão, mergulhando na imensidão do ser.