Feliz 9 meses, amorzão 🧡💛✨
Bora falar de amadurecimento e companheirismo?
Eu sei, eu sei. Ler sobre amadurecimento e companheirismo num contexto ja imposto como romantico (dadas as fotos desse lindo casal) pode soar meio clichê. E talvez seja pra algumas pessoas... E tudo bem! Fato é; clichê ou não, tenho me pego refletindo muito ultimamente sobre como eu sou, hoje em dia, muito diferente do que o dudu do passado achava que se tornaria (e que alívio) e como esse barbudão gostoso das fotos tem me ajudado nesse processo de amadurecimento, nao só como namorado mas também como pessoa, como ser em constante evolução.
Muita pouca gente sabe de nuances mais íntimas da minha vida, de partes difíceis de falar sobre que sempre senti vergonha ou medo de digerir melhor. A gente passa por muita coisa em vida que nos machuca, e por a gente eu digo eu, o andrey, você que esta lendo isso e tambem é lgbtqia+. Sim, esse texto é sobre amadurecimento e companheirismo, isso é palpável à qualquer pessoa, mas tambem é sobre ter a oportunidade de amadurecer, enquanto minoria, dentro de um relacionamento saudável, que te acolhe, que te ama. E por que? Porque, aqui, uma coisa esta estritamente relacionada à outra.
Não tem como discorrer sobre meu amadurecimento sem me lembrar de momentos traumáticos e, ainda hoje, um pouco difíceis de falar a respeito. Momentos onde eu não sentia ter casa. Não tem como falar de amadurecimento sem me lembrar de momentos imerso em ansiedade, me questionando o porquê de eu não poder ter tido uma adolescência comum conhecendo pessoas, socializando, me apaixonando e sendo correspondido ainda cedo. Ao invés disso, vivi uma adolescência tardia repleta de irresponsabilidades e atos impulsivos que berravam o desespero de alguém que só queria... Se divertir e conhecer o mundo, a vida, a si mesmo. Ter uma vida relativamente normal. Não tem como falar sobre amadurecimento sem me lembrar que passei por imensas dificuldades com uma familia disfuncional onde vi, ouvi, senti e vivenciei coisas horríveis que ecoaram em mim pela maioria dos meus anos. Talvez ainda ecoem. Vocês podem pensar quanto a esse role da família, "Caramba edu, que drama, ein? Gayzinha branca, cis, querendo pagar de mártir" e, acreditem, nao é mesmo.
Hoje vejo claramente que minha família foi o que poderia ser e esta tudo bem. Algumas famílias perpetuam entre si um ciclo de traumas e violência muito pesado, complexo, e quem sabe aonde de fato esse ciclo começou? Importa? Vejo também que não há sentido em procurar culpados por que as coisas simplesmente são como são e isso vai muito além da minha individualidade. Com esse conhecimento em mente, já mais rapaz me convenci de que minha função familiar era a de apaziguar situações que não eram minhas e compreender, ouvir, oferecer sugestões. Nesse mesmo ritmo consegui, de fato, o que precisava; um ambiente um pouco mais acolhedor, mais carinhoso, com menos intrigas. Entendam, não foi um processo fácil me pôr em posição de ouvinte sem receber o mesmo conforto de volta, pelo contrário; diversas vezes precisei ouvir ofensas ou citações problemáticas quanto à minha sexualidade e me dispôr a, ainda assim, entender o que havia por de trás, dialogar com calma, apesar de precisar admitir ter perdido a paciência algumas vezes. Agora percebo que eu não tinha a função familiar de apaziguador, mas que adotei o papel de ajudar a quebrar um ciclo na vida daquelas pessoas para que, então, eu pudesse quebrar também na minha. Resultado disso tudo é que hoje me pego diante de situações onde minha vó compra pizza para mim e meu namorado quando descemos la para visitá-la. Minha mãe esses dias levou uma marmitinha com bolos doces para nós dois (estavam uma delícia, a de limão principalmente) e trocamos idéia por um bom tempo. Até teve um momento onde o Andrey elogiou minhas panturrilhas pra minha mãe e a situação toda foi engraçada mas também amável demais. Minha mãe nos chamou pra um churrasco de família nesse domingo e minha vó frequentemente pergunta e PEDE pra que eu leve o Andrey lá na casa dela. Onde que eu, há anos atrás, acreditaria que viveria algo assim? A vida é maluca.
Parte do meu amadurecimento enquanto lgbtqia+ foi a de estar em um relacionamento saudável e funcional. E por que? Porque estamos constantemente amadurecendo sim mas para alguém marginalizado socialmente, e aqui não excluo outras minorias da mesma vivência, o processo pode ser tardio, mais dolorido. É facil se deparar com questões pendentes que não tinhamos acesso quando se esta em um namoro e fácil sair de relacionamentos que não deram certo ainda sem entender bem essas questões (façam terapia). Pessoas lgbtqia+, por vezes, carregam a dor do abandono, o medo de falhar com aqueles que amam, por isso deparar-se com um relacionamento saudável, faz com que esse processo de amadurecimento (vindouro de tudo que citei anteriormente) seja mais leve e até mesmo mais facil de ser entendido uma vez que suas dores são acolhidas com ternura, com conforto e amor. Aqui entra o Andrey; um homem incrível, com uma presença que me ilumina, que me acalma, com um sorriso que me hipnotiza (podem perguntar pra ele quantas vezes ao dia eu elogio o sorriso), com uma risada gostosa, um humor que eu adoro, um coração enorme e um senso de disposição e companheirismo que, a princípio, eram novos pra mim. Acredito não precisar dizer que pra mim ele é o homem mais bonito e gostoso do mundo e é mesmo desde o primeiro momento em que bati o olho nele. Falando do início, vou compartilhar com vocês uma breve parte de quando nos conhecemos; o nosso beijo na chuva. Imaginem a cena, dois rapazes conversando no bar, nitidamente interessados um no outro, rindo, trocando experiências e compartilhando pensamentos ao redor dos mais variados temas, quando começa uma forte chuva. Uma chuva fortíssima, acho que com um certo vento do que eu me lembre. Estávamos para ir embora após nosso primeiro date, a chuva persistia e não parecia que iria acabar logo, quando o Andrey simplesmente me puxou pra chuva e me deu o beijo mais hollywoodiano da minha vida. O lance é que eu amei, não só pela ousadia mas pelo nível de romantismo na atitude. E é claro voltamos encharcados pra casa, visto que voltamos cada um para seus respectivos lares a pé, mas voltamos também bobos, alegres, entusiasmados com a surpresa que tivemos em nossas vidas; um ao outro. O que é heartstopper perto disso? Eu poderia contar muito mais fragmentos de nossas vidas enquanto casal pra realçar o quanto eu amo e me vejo cada dia mais apaixonado por esse homem, mas meu foco aqui é contar o quanto viver com o Andrey me amadureceu não só enquanto pessoa mas também enquanto namorado.
Como todo casal (ou ao menos como eu acredito que todo casal deveria ser) eu e Andrey temos momentos alegres, momentos que estamos sonolentos juntos, momentos que estamos distraídos vendo uma série, filme ou jogando algo, momentos que estamos eufóricos com algo ou com nós mesmos e também momentos mais sensíveis. Antes, eu achava que momentos sensíveis ou conversas ao redor do relacionamento significavam que eu estava falhando, temia as mudanças pois acreditava que eu podia estar provocando desgaste nele e no relacionamento. Desgaste... quantas vezes não temi essa palavra como uma sombra na minha vida. A verdade é que mesmo com essa bagagem emocional, o Andrey jamais deixou de me acolher e abraçar minhas dores, medos, receios. Sempre dialogamos desde coisas simples até situações mais complexas; destrinchamos nossos medos, compreendemos nossas dores, acolhemos e explicamos um ao outro nossos receios e, claro, dentro do que podemos oferecer naquele momento. Quantas conversas já não tive com esse maravilhoso homem onde eu mesmo não entendia meus porquês e durante a conversação, tive insights que me ajudaram a ver além? Quantas vezes o Andrey já nao me trouxe questionamentos, apontamentos e sugestões que me tornaram um homem melhor? Recentemente ele me trouxe uma visão que apenas alguém MUITO próximo e íntimo conseguiria ter. Ambos nos emocionamos, pois ali eu me entendi melhor e no processo de me conhecer, ele tambem se entendeu um pouquinho mais. Maluco, né? Digo sempre e realço aqui já pela centésima vez; O Andrey é um homem maravilhoso!
O Dudu que vocês conhecem possuía (ainda possui mas agora tem consciência da situação toda) um medo peculiar; o de acabar sozinho. Acontece que, quando jovem, sempre me era dito que todos morremos sozinhos e não possuímos ninguém em vida. Que não adiantava construirmos laços, nos entregarmos demais que ninguém, além da família, estaria lá por nós e que era tolice confiar demais, amar demais. Nunca concordei e isso, na realidade, me afastou muito das pessoas que diziam tais coisas. Mas como eu poderia saber que crescer bombardeado dessa mesma frase repetidas vezes afetaria tanto o meu psicológico? Que ser vítima de uma série de manipulações psicológicas para que eu sentisse sempre o peso da culpa, para que eu sempre sentisse o medo de falhar, consequentemente afetariam a mim e minha forma de lidar com emoções ao longo da vida? Eu não sabia, simplesmente. Lidar com esses meus traumas não foi fácil. As vezes ainda não é, mas hoje eu possuo alguém na minha vida, o meu amorzão. Ele sempre me da apoio, me acolhe quando preciso chorar, me ouve quando preciso desabafar, procura sempre me entender e, mesmo quando é difícil me entender (afinal de contas somos pessoas diferentes), ele tenta, questiona, aguarda, dialoga. Diálogo, gente, que diálogo maravilhoso que nós dois temos, e funciona da forma que funciona pois ambos possuímos disposição para amar e ser amado, escutar e falar sobre si, ver e ser visto, entender e ser entendido. A vontade que eu tenho de construir uma vida tranquila ao lado de alguém, é a mesma que o Andrey tem. Se eu tivesse que usar uma imagem para descrever a pessoa que ele representa pra mim, eu usaria a imagem de um sol ao amanhecer. Um sol amarelado, vívido, energético, com um céu aberto e bem azul, cheio de passarinhos. Eu, que fui uma pessoa noturna pela maior parte da minha vida, me vejo iluminado pela presença de uma pessoa solar hoje em dia, e eu amo isso, eu amo poder compartilhar minha vida com esse homem e eu te amo, meu amorzão. Te amo demais e imensamente não só pela pessoa que voce é mas pelo que nós ja construimos, pelo que temos e pelo que construiremos ainda. Te amo imensamente pelo bem que voce me faz e a forma positiva que voce me afeta. Te amo demais por tudo que voce me oferece e ensina e por me permitir fazer o mesmo. Te amo desde o primeiro beijo, com a diferença de que hoje eu te amo mais 🧡💛✨
Feliz 9 meses um pouquiiiiinho atrasado mas me de um desconto, meu lindo, foi dificil por em palavras todas essas emoções e sentimentos que, como voce mesmo disse, estavam em "gestação" durante esses 9 meses. Te amo, meu amor 🧡💛✨