Cubículo Marítimo

Em meio a multidão em um espaço compacto, se sentindo como se estivesse num deserto. Sentimentos sem sentidos e pensamentos como um vendaval, nenhum permanece, sempre de um lado para outro. Todos os pensamentos se rebatendo para tentar ocupar um espaço pequeno que é o foco. Assim seguimos, o velho e antigo desanimo retornou. Tal qual como a maré do mar que sempre retorna para o raso da praia de minuto em minuto, mas lá no fundo permanece em silêncio e calmo, profundo e assustador, ninguém sabe o que ocupa lá. Muito menos eu, queria saber o que tem lá nas profundezas, mas a covardia de entrar no barco e ir para frente. Querendo saber o que se ocupa dentro do relevo ocêanico, com suas imensuráveis transformações e todas as movimentações psicológicas. Somos realmente capazes de descobrir? Ou apenas viveremos no raso da maré, observando o horizonte do vasto oceano que nos assola, sem coragem para desbravar e procurar novas terras, descobertas inovadoras, ares, objetivos e mudanças.

Como chegamos até lá? será que um dia teremos a coragem de Giovanni da Pian del Carpine, conhecido como João de Plano Carpine. Com sua bravura, enviado para sua missão designada para descobertas nas viagens do século Xlll. Lá atrás, no século 13 ele teve coragem, sem as regalias que temos hoje como informações na palma da mão, psicólogos, terapeutas etc. Antigamente iam atrás de concluir o objetivo com coragem e sem temer o que iria vir pela frente. Hoje, parece que não temos essa mesma força, coragem ou estrutura. Claro, sentimentos e pensamentos são passageiros assim como uma tempestade que enfrentavam no meio do oceano, este imenso mar que enfrentamos hoje é a nossa mente, nós mesmos. O que vamos fazer a respeito?

Ficar no raso ou velejar e encarar de fato o que precisa para buscar um ''Terra a vista'' como antigamente, ou apenas ficaremos nos perguntando o que seria que poderíamos encontrar ao sair em busca do inimaginável?

É uma reflexão que todos os dias temos que fazer, mesmo tristes, vazios e sem rumo. Há uma saída, só precisamos levantar as velas do barco e ir em frente, com coragem e fé. Algo será encontrado, queira você goste ou não. Mas precisa buscar a força para sair da beira da praia e ir em busca da resposta. Só assim para encontrar sua paz ou seu terror.

Lisco
Enviado por Lisco em 27/11/2024
Código do texto: T8206752
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