Tentando outra vez

Outra vez eu tento evitar palavras, enquanto procuro controlar meu ego e meu orgulho descabido,

Evito dizer coisas que só firam e outras que também soem banais

E isso talvez me  faça parecer sábio ou menos tolo do que normalmente tenho sido.

O mundo gira ao meu redor, embora as coisas não acontecem em função do que eu possa querer,

Há muito tempo tenho aprendido esta lição, simples assim,.

Não pense que eu não sei, que não me abate a tua dor, teu desespero.

Em teus olhos eu o tenho percebido.

E dele me tenho no medo protegido.

É que algumas vezes viver é algo que não faz sentido.

(Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe).

Agora apenas me falta o que devo dizer, mas sou eu que tenho respirado, este ar pesado, que me embarga a voz e faz arder os olhos.

Revolvo-me entre a negação necessária e a aceitação voluntária, dessa breve fase angustiante e reflexiva.

Esperando o momento em que eu tenha a epifania e convicto de ter encontrado o sentido da vida,

Me erga acima dessa minha fraqueza.

E descanse da minha impotência.

Enquanto sei que tudo que esperam de mim é só uma mão amiga e um olhar compreensivo...

Eu prossigo e observo tudo a minha volta, as gentes, as coisas, as árvores, as flores, os lugares, o mato.

Com olhos de quem tudo que vê, é novidade.

com olhos de quem apenas busca a  serenidade,

nas formas, nas cores, nos gestos.

Eu me recuso, não vou me acomodar com os fatos predeterminados, dessa jornada insana,

me recuso a seguir nessas mentiras, que tantas vezes repetidas,

e depois de tanto as termos ouvido,

Quase nelas temos crido.

quase as temos por verdades e incontestáveis.

OA Ramos
Enviado por OA Ramos em 27/11/2024
Código do texto: T8206409
Classificação de conteúdo: seguro