SOLITÁRIAS ALMAS

 

“A solidão é o preço que temos de pagar por termos nascido

neste período moderno, tão cheio de liberdade, de

independência e do nosso próprio egoísmo”

(Soseki Natsume)

 

Escutam as pedras das ruas e calçadas

os solitários passos das miseráveis almas

Quase todas a seguirem ansiosas e aflitas

Oh! E como correm ... [sem parar]!

Na verdade, somente sombras humanas [a que são]

Ou, melhor se diria: miseráveis almas [mortas]

 

Qu’esperanças levam [ou se desenham] em suas pálidas frontes?

Ah! Quem sabe, nem mais se importam co’elas próprias

E dado a tal não mais aguardam [nada]!

E para que se ancorar em ilusórias “fantasias”?

 

Cambaleantes vultos a s’esbarrarem uns contr’outros

(Neste neurótico espaço urbano)

Olhares turvos, ... apáticos, ... temerosos

Respiros ofegantes e febris em seus alentos, ... e tão exaustos

 

O veneno da adrenalina a sacudir seus corpos

A encurtar o espaço de suas artérias e demais vasos

Não vivem (absolutamente), é fato

Do medo e d’angústia a que a todos impiedosamente devora

 

Ond’estaria um ombro amigo a apoiar-me nest’hora?

Pergunto-me, agora

Ombro amigo!?

 

Dentro da multidão

todo mundo tem um só nome:

A que se chama ... “solidão”

 

16 de novembro de 2024

 

IMAGEM: FOTO REGISTRADA POR CELULAR

 

Carlos Renoir
Enviado por Carlos Renoir em 26/11/2024
Código do texto: T8205773
Classificação de conteúdo: seguro