A PARÁBOLA DA FOLHA

 

Houve um tempo em que era apenas uma simples folha

E presa estava em seu ramo [da pequena árvore]

O tempo foi passando

E seguindo o seu curso

E a árvore foi crescendo a cada dia

Sofreu as dores da poda

Sim, as tão necessárias dores da poda (dos cortes)

Desbastando alguns galhos

Cortando e aparando outros

E assim, o tempo foi passando

Algumas folhas se despencaram da árvore

Renovando-a, então

E tornando-a mais forte e cada vez mais robusta

E aquela folha ... ainda lá continuava

Em uma incrível resistência ou, quem sabe, vital relutância

Mesmo chegando novas folhas a lhes fazerem companhia

As estações mudavam, alternavam-se

Vieram as intempéries do outono, o calor do verão, o vento frio do inverno

Todavia, a heroica folha lá estava, presa em seu ramo (persistente)

Numa considerável teimosia e pertinácia

 

 

Um dia, porém, ela se desprendeu de seu galho

Momento único e singular

Fugiam-lhe suas forças

E por mais que quisesse não conseguia prosseguir

Esforço perdido, luta inútil

E, deste modo, soltou-se de seu ramo

Despedia-se, então, das outras folhas

Suas companheiras, suas irmãs

Que tanto as amava

Partira de sua árvore, sua casa

Sua tão carinhosa mãe

E lentamente foi caindo, e descendo ao sabor leve do vento

Até, finalmente, chegar ao solo úmido da terra

Já não estava mais na árvore

Daquela que durante muito tempo lhe servira de morada, mãe e alimento

O chão da terra era agora, o seu novo lar, a sua nova casa

E então, a intrépida folha foi gradativamente secando

E como num ato de sacrifício

srvindo-se de alimento para aquele vivo e fértil chão em que agora s'encontrava

Nutrindo o solo em favor de sua antiga mãe, a árvore

E, deste modo, levando nutrientes para suas irmãs, as demais folhas

É o milagre da vida (e, sobretudo, do amor) a escapar de nossos olhos

É a renovação da vida a sempre [se] prosseguir

A estar do que possamos ver

Sim, muito além

 

E então ...

Será que as folhas que ficaram se lembrarão de sua antiga companheira?

Será?

De qualquer forma, ela estará esperando a chegada de suas irmãs

E sempre esperando ...

Naquele que agora é seu "lugar"

 

 

MENSAGEM:

 

A morte não existe, e ao mesmo tempo existe

Pelo que ela é "necessária"

Trata-se de um grande paradoxo

Sim, a morte não existe da maneira como acreditamos

E ao mesmo tempo ela existe, pelo que tudo se forma precisamente pela "mudança" [de forma]

O que vemos de tudo é somente "energia no tempo" a se fazer de forma contínua e dinâmica

E tudo é "alimento", pelo que um tempo precisou [também] de alimento

Para servir de alimento ... para outros "alimentos"

Sim, a folha não morreu e ao mesmo tempo morreu

Porque "a vida continua"

 

22 de novembro de 2024

 

IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS POR CELULAR

 

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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES

 

A PARÁBOLA DA FOLHA

 

Houve um tempo em que era apenas uma simples folha

E presa estava em seu ramo [da pequena árvore]

O tempo foi passando

E seguindo o seu curso

E a árvore foi crescendo a cada dia

Sofreu as dores da poda

Sim, as tão necessárias dores da poda (dos cortes)

Desbastando alguns galhos

Cortando e aparando outros

E assim, o tempo foi passando

Algumas folhas se despencaram da árvore

Renovando-a, então

E tornando-a mais forte e cada vez mais robusta

E aquela folha ... ainda lá continuava

Em uma incrível resistência ou, quem sabe, vital relutância

Mesmo chegando novas folhas a lhes fazerem companhia

As estações mudavam, alternavam-se

Vieram as intempéries do outono, o calor do verão, o vento frio do inverno

Todavia, a heroica folha lá estava, presa em seu ramo (persistente)

Numa considerável teimosia e pertinácia

 

Um dia, porém, ela se desprendeu de seu galho

Momento único e singular

Fugiam-lhe suas forças

E por mais que quisesse não conseguia prosseguir

Esforço perdido, luta inútil

E, deste modo, soltou-se de seu ramo

Despedia-se, então, das outras folhas

Suas companheiras, suas irmãs

Que tanto as amava

Partira de sua árvore, sua casa

Sua tão carinhosa mãe

E lentamente foi caindo, e descendo ao sabor leve do vento

Até, finalmente, chegar ao solo úmido da terra

Já não estava mais na árvore

Daquela que durante muito tempo lhe servira de morada, mãe e alimento

O chão da terra era agora, o seu novo lar, a sua nova casa

E então, a intrépida folha foi gradativamente secando

E como num ato de sacrifício

srvindo-se de alimento para aquele vivo e fértil chão em que agora s'encontrava

Nutrindo o solo em favor de sua antiga mãe, a árvore

E, deste modo, levando nutrientes para suas irmãs, as demais folhas

É o milagre da vida (e, sobretudo, do amor) a escapar de nossos olhos

É a renovação da vida a sempre [se] prosseguir

A estar do que possamos ver

Sim, muito além

 

E então ...

Será que as folhas que ficaram se lembrarão de sua antiga companheira?

Será?

De qualquer forma, ela estará esperando a chegada de suas irmãs

E sempre esperando ...

Naquele que agora é seu "lugar"

 

MENSAGEM:

 

A morte não existe, e ao mesmo tempo existe

Pelo que ela é "necessária"

Trata-se de um grande paradoxo

Sim, a morte não existe da maneira como acreditamos

E ao mesmo tempo ela existe, pelo que tudo se forma precisamente pela "mudança" [de forma]

O que vemos de tudo é somente "energia no tempo" a se fazer de forma contínua e dinâmica

E tudo é "alimento", pelo que um tempo precisou [também] de alimento

Para servir de alimento ... para outros "alimentos"

Sim, a folha não morreu e ao mesmo tempo morreu

Porque "a vida continua"

 

22 de novembro de 2024

 

 

O Pincel e a Paleta
Enviado por O Pincel e a Paleta em 22/11/2024
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