D.L.
D.L.
Você.
Não entendo como pode ter tanto poder sobre mim.
Não entendo, como mexe arduamente comigo desta forma.
Nem como briga, e, ainda assim, não consigo afastar-me.
Você poderia me falar em qual caldeirão foi forjado teu corpo, quem foi contra as divindades e a criou sem piedade dos corações masculinos, quem ousou mergulhar-se nas escrituras satânicas a ponto de fazer-me adora-la como adoro.
Há um mistério envolto em seu nome. Há uma fuga no brilho malicioso do seu olhar.
Há uma perdição prazerosa nos teus lábios convidando-me a afogar-me em pecado.
Deus seria incapaz de cria-la por mais que se julgue "Deus".
O inferno não seria audacioso, nem mesmo tão profundo, a manipula-la com tanto afinco de fazer meu querer um vício.
O universo por sua vez, na sua sabedoria universal, fez-me dobrar o joelho diante do seu olhar, fez-me criar versos simples na tentava vã de chegar ao teu coração, e, sem se importar com meu sentir, elaborou uma prisão tão eficaz que, um mero poema, deixa-me cativo a tua voz.
Quem a fez?
Que poder é esse?
Preciso realmente saber...
Como um exorcista necessita ter o nome da entidade, eu necessito saber o seu para achar salvação nesse amor platônico que sinto.
Você...
O seu "D"
Desemboca nas margens da minha mente como um rio pronto para devastar todo meu território hoje equilibrado.
Derrama seu charme de forma tão precisa que, nem mesmo a maior das represas já feita, seguraria esse momento de composição único.
O seu "L"
Leva-me a um estado de ebulição sem qualquer direito a solidificar minhas emoções.
Levanta tantos poemas com apenas o tom do seu alô, com seu riso entoado e único, trás nas lembranças os momentos impares que tivemos numa noite nossa, onde segredos, perguntas respondidas para sanar curiosidades afins, onde o desejo de libertar-se fez aquela noite, uma noite tão marcante, que levo as cicatrizes até hoje no peito.
Sim. Você...
Uma paixão que vive desde 2019.
Uma amizade que chegou a 2024 sem cura.
Um conhecer que só findará com a partida (Morte) desse que vos escreve.
Esse é o desfecho de toda história sobre nós dois, um relato que ficará na memória das páginas onde repouso minhas escritas, em parte ficará na cabeça de minha filha, que, ouve em segredo sobre meu amor, num espaço inviolável da minha vivência, e que, talvez um dia, seja pauta para as linhas apagadas desse livro intitulado: - Apenas nós.
Sim... Você D.L...
faz tudo isso, e, ainda é capaz de desfazer conforme a ocasião.
Texto: D.L.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 10/11/2024 às 22:16