Débora.

Débora.

Sentado aqui, ouço a voz do amanhecer convidando-me a sorrir.

Neste momento de alegria, onde meu riso reflete nosso ontem impressa na foto de outrora, deixa nítido o seu sorriso visivelmente lindo.

É um verdadeiro horizonte a guiar-me, não contemplar-lo, é perder-se nas tristezas diárias, é não aceitar que faz parte de mim, embora estando distante, afastar-te, é matar o melhor em mim.

Ouço-a falar sobre as tristezas que assolam suas noites, da falta do filho pródigo que com tanto carinho o fez, sobre escolhas, e, as escolhas que fez para doar-se sem medidas.

Ouço-a...

Uma vez...

Duas...

Por semanas a fio, com mais critérios agora diante desse amanhecer, nesse amanhecer de nuvens alvas e um azul claro, de pássaros sobrevoando os campos de plantações abundantes como a esperança no olhar interiorano destes, que, na simplicidade dos dias esperam um novo dia para sonhar.

- As perdas fazem parte da nossa vida.

Só temos que olhar com mais ânimo, para perceber que nem tudo é perda, nem tudo exprime tristeza, afinal, onde a tristeza impõe seu ritmo de certo a alegria reina.

Você me tem.

Você sabe disso.

Você entende melhor que ninguem, que, não sou as pessoas que desejava ter ao redor, contudo, ainda tem em mim um porto seguro.

Estou aqui!

Atraque sua Nau, ande pelas areias brancas da enseada, abrigue-se sob as palhas caídas ao chão, saboreie as frutas nativas ao redor desta ilha, e, perceberá que a ilha por menor que seja, é tão ampla que não terá lugar para tempestades repentinas, não haverá maremotos destruindo tudo a seu caminho, pois, ainda que o tempo rente a natureza traga tais infortúnios, acharemos uma forma de transforma-los apenas num dia chuvoso de ondas como as marés de Março, onde a falta será um mero tempo provinciano dos dias qualquer, mas que, com sabedoria iremos passar com pompas... Você não esta só, saiba disso!

Te amo...

A versão português.

Texto: Débora.

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 20/11/2024 às 10:40