Noite Febril

No silêncio da noite febril,

a dor sussurra em tom sutil.

Ecoam memórias no coração,

gritando ausências em solidão.

O corpo arde, a mente vagueia,

num mar de sombras, a alma anseia.

Saudade, chama que não se apaga,

queima o peito, mas nunca afaga.

A lua esconde-se atrás do véu,

o tempo para, pesado e cruel.

Cada segundo traz um lamento,

pétalas caídas pelo vento.

E na febre, um sonho insiste,

uma voz distante, que ainda existe.

Entre a dor e a ausência sentida,

vive a esperança de outra vida.

Nos corredores escuros da mente,

o passado dança, vivo e presente.

Um toque, um riso, um olhar perdido,

ecos de um tempo jamais esquecido.

A febre aumenta, o corpo treme,

mas é a saudade que mais consome.

Cada lembrança, uma nova ferida,

cada suspiro, uma dor contida.

Quisera a noite trazer alento,

mas só renova o cruel tormento.

E a alma, exausta, busca razão,

mas só encontra a própria prisão.

Porém, no horizonte, o dia espreita,

um fio de luz, uma chance estreita.

Talvez, quem sabe, na aurora serena,

a dor dissolva sua força amena.

E, enfim, o peito, que tanto chora,

possa viver sem sangrar na aurora.

Mas até lá, na noite febril,

a dor é eterna, o sonho é sutil.

Spirit of Silence
Enviado por Spirit of Silence em 20/11/2024
Código do texto: T8201639
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